quinta-feira, 2 de setembro de 2010

Nanotecnologia brasileira trata câncer e aterosclerose

Uma nanopartícula desenvolvida pelo grupo do professor Raul Cavalcante Maranhão, na Faculdade de Ciências Farmacêuticas da Universidade de São Paulo (FCM-USP), é capaz de levar medicamentos especificamente a células cancerosas ou a tecidos de órgãos transplantados.


Recentemente, a equipe verificou que a técnica também é eficiente contra a aterosclerose.


"Trata-se de um avanço muito importante, pois é a primeira vez que se trata o efeito base da aterosclerose. Até agora, a doença era tratada com remédios para hipertensão - para a desobstrução de vasos -, que atingem os efeitos mas não a doença", disse Maranhão.


Colesterol LDL


A pesquisa para criar a partícula nanométrica começou a tomar corpo em 1995, quando Maranhão iniciou o projeto "LDL artificial: um novo método para o tratamento do câncer".


O objetivo era criar uma versão artificial da LDL (lipoproteína de baixa densidade, em inglês), partícula que concentra mais de 70% do colesterol presente no sangue humano.


O resultado foi a LDE, uma LDL artificial composta de um envoltório de fosfolípedes e um núcleo de colesterol.


Na circulação, a LDE recebe partes proteicas das liproproteínas naturais ao se chocar com elas. Uma dessas partes é a Apo E, que passa a fazer parte da LDE. "Com ela, a LDE começou a se ligar ao receptor com muito mais força do que a própria LDL, porque a Apo E tem muito mais afinidade com o receptor", explicou Maranhão.


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