quinta-feira, 23 de abril de 2009

Médicos descobrem cura para câncer de próstata sem cirurgia

Dores constantes na hora de urinar foram os sintomas que levaram o aposentado U.L., 69 anos, a procurar um especialista. A investigação médica, feita pelo exame de toque retal e complementada por biópsia, constatou o câncer próstata. ”Naquele momento já pensava em me despedir da minha família e só imaginava que logo iria morrer”, lembra o paciente do Hospital Urológico de Brasília, já curado da doença graças à braquiterapia – procedimento não cirúrgico.

De acordo com o Inca em últimos dados divulgados, a estimativa era de 49.350 novos diagnósticos da doença em 2008, no Brasil. Em termos de valores absolutos, trata-se do sexto tipo de câncer mais comum no mundo e o mais prevalente em homens. A boa notícia é que as chances de cura são elevadas, especialmente quando o diagnóstico se dá na fase inicial. Além disso, os avanços tecnológicos possibilitam tratamentos eficazes, como a braquiterapia.

A técnica, que chegou ao Brasil nos anos 90, é uma espécie de radioterapia. “Ela utiliza cápsulas de radiação que são implantadas no interior da próstata. Elas liberam doses de radiação sobre o tumor de forma que órgãos e tecidos sadios que o rodeiam sofram o menor impacto possível durante o tratamento”, conta o médico Eriston Wendt Uhmann, diretor do Hospital Urológico de Brasília, primeira instituição da capital federal a oferecer o tratamento e sétima do País.

Segundo Uhmann, a intensidade da radiação e o tempo de permanência das cápsulas no organismo do paciente variam de caso para caso. No caso da próstata, o implante costuma ser permanente. “Mas sua atividade radioativa tem meia-vida de 59 dias, portanto, após alguns meses, as chamadas ‘sementes’ deixam de emitir a radiação”, completa o especialista.

As sementes de radiação, em número aproximado de 100, são levadas até a próstata por agulhas transperineais e posicionadas, sob controle de ecografia e raios x, de forma a distribuir homogeneamente a radiação em todo o tecido prostático. Esse procedimento é realizado no centro cirúrgico, sob anestesia. O processo de implantação das fontes leva duas horas. O procedimento pode acontecer com alta ou baixa taxa de dose. “Essa classificação é feita a partir da modalidade técnica e da quantidade de energia em cada cápsula. No caso da próstata, a dose indicada é de 145 Gy e a fonte é de iodo-125. Trata-se de uma baixa taxa”, explica o médico.

U.L. nunca tinha ouvido falar no procedimento não cirúrgico, mas optou pela implantação das sementes radiotivas, aplicadas no ano de 2006. “De lá pra cá, tenho uma vida normal, nem lembro que tive um tumor”, compartilha o aposentado.

Vantagens – A braquiterapia pode evitar que a próstata seja retirada. “Além disso, ela exige um pequeno tempo de internação (no máximo 24 horas) e oferece menor risco de impotência sexual após o tratamento, se comparada à cirurgia tradicional”, lembra o diretor do Hospital Urológico de Brasília. Outra boa notícia é que a atividade sexual do paciente pode ser retomada cinco dias depois do implante.

Após uma semana de repouso, o exercício da profissão também pode ser reiniciado. “A partir daí, o acompanhamento do paciente torna-se ambulatorial, com consultas e exames”, complementa Uhmann. Vale ainda destacar que o uso dos materiais radioativos na braquiterapia é sempre seguro, desde que tomadas as medidas de garantia necessárias. “Cada cápsula tem, individualmente, pouca energia. Portanto, pode ser manipulada com segurança”, conta o médico.

Mas, para que o tratamento com a braquiterapia seja bem sucedido, é fundamental que a avaliação do paciente tenha sido detalhada. “O procedimento é indicado para diagnósticos realizados na fase inicial da doença. Se o câncer estiver muito avançado, o paciente deve ser submetido à cirurgia e à radioterapia”, alerta Uhmann. Sorte de U.L. que teve o tumor identificado em fase inicial e optou pelo procedimento não cirúrgico, retomando sua independência e o sonho de viver muitos anos: “Eu ainda quero ver meus bisnetos e olha que a minha neta tem apenas 13 anos”, revela entusiasmado.

Noticia publicada em 22/04/09

Fonte: http://www.emtemporeal.com.br/index.asp?area=2&dia=22&mes=04&ano=2009&idnoticia=75234

Pau-brasil pode ser alternativa para tratamento contra o câncer

Há 509 anos o Brasil foi descoberto e recebeu o nome de uma árvore. Importante no passado e ameaçado de extinção, o pau-brasil ainda pode revelar muitas riquezas. Uma pesquisa da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) mostrou que o extrato da planta reduziu tumores em camundongos e o pau-brasil pode ser uma alternativa no tratamento contra o câncer.

“Imagine você conseguir reduzir 80% de um câncer e isso só em um experimento inicial”, diz Elizângela Cristhiane Barbosa, pesquisadora da UFPE.

Com folhas miúdas, vagens e o tronco cheio de espinhos, o pau-brasil pode atingir até 30 metros de altura e é dono de uma façanha única no mundo: nenhuma outra árvore batizou uma nação. As flores duram apenas dois dias e o miolo é cor de brasa, daí o nome Brasil.

O corante extraído do pau-brasil era disputado como ouro em pó pelos colonizadores. Os nobres da época usavam o vermelho intenso para tingir roupas e produzir tintas para escrever. O pau-brasil virou símbolo de poder e riqueza.

A Fundação Nacional do Pau-brasil divulga há 21 anos a história de devastação da árvore que existia em abundância na Mata Atlântica. Os ambientalistas calculam que 70 milhões de árvores foram derrubadas. O pau-brasil ocupa o topo da lista das árvores ameaçadas de extinção no país.

Cerca de 100 mil mudas são distribuídas por ano pela Fundação. A madeira também é a melhor que existe para fabricar arcos de instrumentos de corda.

Fonte: http://g1.globo.com/Noticias/Brasil/0,,MUL1094759-5598,00-PAUBRASIL+PODE+SER+ALTERNATIVA+PARA+TRATAMENTO+CONTRA+O+CANCER.html

quinta-feira, 16 de abril de 2009

Grupo acha mutação genética que causa melanoma

Estudos sobre a genética de tumores raramente trazem conclusões radicais do tipo "este é o gene do câncer", porque a malha de processos que desencadeiam a doença é muito complexa. Um grupo de cientistas no Reino Unido, porém, acaba de apontar uma mutação genética que pode, por conta própria, desencadear o melanoma, o câncer de pele mais letal.

A alteração de DNA estudada pelos cientistas fica num gene batizado de BRAF e está presente em 70% dos melanomas. Um estudo liderado por Richard Marais, do Instituto de Pesquisa do Câncer, em Londres, conseguiu criar a mutação de maneira controlada em camundongos e mostrou que ela pode desencadear o processo que leva melanócitos (células que conferem pigmentação à pele) a formarem tumores.

O sucesso da pesquisa tem implicação tão direta para a clínica que os cientistas já começaram a testar drogas nos animais geneticamente alterados para o tratamento do tumor.

"Nós estamos trabalhando na validação de medicamentos, com drogas que já existem", disse à Folha o patologista Jorge Reis-Filho, coautor do estudo. Segundo ele, há alguns anos, testes clínicos de drogas já tentaram atacar o BRAF e outros genes relacionados, mas os resultados não foram bons. Com os pesquisadores conhecendo mais precisamente seu alvo, porém, as esperanças são maiores. "Agora há inibidores do BRAF mais potentes e mais específicos", afirma. "São esses que a gente vai explorar."

Além de terem revelado um mecanismo para a formação de melanomas, os novos roedores geneticamente alterados poderão servir como modelos animais para estudar a doença.

Em estudo no periódico científico "Cancer Cell", Marais e colegas mostram como foi possível criar os animais. Não foi um experimento trivial, já que o gene BRAF também é ativo em outros tipos de célula do organismo, e os cientistas precisavam fazer com que as cobaias manifestassem a mutação só na epiderme.

O truque foi usar um "promotor", ou seja, vincular a ação do gene escolhido a uma molécula específica, que promove sua ativação. Reis-Filho explica o segredo: "introduzimos o gene mutante no genoma de todas as células do animal, mas o pusemos sob um promotor que é ativado só nos melanócitos, a tirosinase". Essa é uma das moléculas envolvidas na síntese da melanina, molécula que dá pigmentação à pele.

O problema é que há células fora da pele --neurônios, por exemplo-- que também produzem tirosinase. Para garantir que essa molécula promovesse o gene mutante apenas na pele, então, por sua vez, os cientistas vincularam sua ação a uma droga especial. "Quando a gente passava essa pomada, apenas os melanócitos expressavam o gene BRAF com a mutação", conta Reis-Filho. E, por fim, conforme os cientistas queriam demonstrar, o BRAF mutante gerava um melanoma.

Fonte: http://www1.folha.uol.com.br/folha/ciencia/ult306u551437.shtml

Médico testa medicamento contra tumor em crianças

A equipe do neurocirurgião Sergio Cavalheiro, professor da Unifesp (Universidade Federal de São Paulo), adaptou o tratamento não invasivo de craniofaringioma, um tumor benigno raro que cresce em um eixo entre o cérebro e a hipófise e tem pico de incidência entre os cinco e os dez anos de idade.

A terapia consiste em introduzir via endoscopia um cateter que leva o medicamento quimioterápico ao tumor e deve ser feita três vezes por semana durante um mês, substituindo a cirurgia. O remédio usado era a bleomicina, que se mostrou neurotóxica com o passar do tempo. Cavalheiro estudou a utilização de uma outra droga, o interferon, com resultados promissores.

Das 21 crianças que usaram interferon entre 2000 e 2006, 11 tiveram redução do tumor de 90% a 98% após 12 aplicações. Em apenas três casos a resposta foi menor, ficando entre 60% e 64%. Atualmente, 40 crianças estão em acompanhamento no Brasil, Itália, Chile e Canadá, sob supervisão de Cavalheiro.

Apesar de benigno, o craniofaringioma cresce em uma área delicada do cérebro e pode causar distúrbios como alteração de crescimento, alterações na visão e urinação excessiva.

Além da terapia com cateter, é possível retirar o tumor por meio de cirurgia, mas o procedimento traz riscos de lesões e pode causar distúrbios endocrinológicos (como obesidade e descontrole do colesterol), psiquiátricos e ainda maior descontrole ao urinar. "Hoje existe um consenso de que a técnica da cirurgia de retirada do tumor não é a mais indicado. Deve-se controlá-lo, como uma doença crônica, pois, apesar de benigno, o tumor tem um comportamento extremamente complexo", afirma Cavalheiro.

Fonte: http://www1.folha.uol.com.br/folha/ciencia/ult306u549219.shtml

Droga trata tumor avançado de próstata

Uma droga conhecida como MDV310 obteve bons resultados contra o câncer avançado da próstata e agora será testada em maior escala. Resultados ainda bastante preliminares com 30 homens estão descritos em artigo na revista "Science" a ser publicado on-line na sexta-feira; outros 110 pacientes estão agora em tratamento, e os resultados deverão aparecer mais tarde.

O câncer de próstata pode ser detectado pelo grau elevado de uma proteína no sangue, o PSA (antígeno prostático específico). Os pesquisadores, liderados por Charles Sawyers, do Centro do Câncer Memorial Sloan-Kettering, de Nova York, relatam que "22 pacientes tiveram um declínio sustentado dos níveis de PSA no plasma sanguíneo por pelo menos 12 semanas, e em 13 desses pacientes o decréscimo de PSA foi maior que 50%".

"É um resultado animador, mas apenas para nós da comunidade científica. Nada estará disponível para os pacientes antes de alguns bons anos", disse à Folha o urologista Stênio Zequi, do Hospital A. C. Camargo, de São Paulo.

A nova droga, disse o médico, poderá ser no futuro uma alternativa para o tratamento de casos avançados. 'Mas várias perguntas ainda podem ser feitas. Ela será útil no longo prazo? Quantos pacientes responderão de forma adequada?'

O estudo agora publicado é da chamada fase 1-2, na qual se procura descobrir a segurança e a eficácia da nova droga em seres humanos. A companhia farmacêutica Medivation recebeu permissão da Administração de Alimentos e Fármacos (FDA) para começar os testes de fase 3, para a avaliação final da droga, em 1.200 pacientes.

As duas drogas descritas no artigo, MDV3100 e RD162, têm ação antiandrogênica, isto é, elas impedem que o hormônio masculino testosterona (um androgênio) estimule o crescimento das células do tumor. "A testosterona é a energia do câncer de próstata", diz Zequi.

Em testes em células e em camundongos, as novas substâncias demonstraram ser capazes de atacar mesmo as células mais sensibilizadas pelos hormônios, que resistem às terapias atuais, como a droga antiandrogênica bicalutamida.

Na célula, quando a testosterona entra em contato com outra substância natural, receptora, esta última se move para o núcleo da célula, gruda no DNA e estimula o crescimento celular. As drogas antiandrogênicas agem impedindo essa mudança para o núcleo, mas há casos graves da doença em que o medicamento não consegue impedir que a ligação celular ocorra.

Após um processo de supressão androgênica primária, diz Zequi, os níveis de testosterona caem bastante. Mas o que se vê hoje é que a doença consegue adaptar-se ao novo cenário e avançar mesmo assim.

Sawyers descobriu que as células cancerígenas da próstata produzem uma grande quantidade do receptor de androgênio. Outro autor do estudo, Michael Jung, da Universidade da Califórnia em Los Angeles, encarregou-se de sintetizar várias moléculas capazes de se ligar ao receptor celular.

A MDV3100 obteve sucesso em pacientes que não estavam tendo resultados com tratamentos hormonais ou quimioterapia.

Fonte: http://www1.folha.uol.com.br/folha/ciencia/ult306u547779.shtml

domingo, 5 de abril de 2009

Novidades da medicina contra o câncer e outras doenças

Na medicina, há uma regra básica segundo a qual quanto antes uma doença for detectada, melhor para o paciente. Sua chance contra a enfermidade cresce quando o inimigo é descoberto ainda pequeno. É por isso que há hoje no mundo centenas de cientistas empenhados em descobrir maneiras de identificar qualquer indício de problema o mais cedo possível. O resultado pode ser visto em boas novidades neste campo - atualmente disponíveis - e em muitas outras opções em desenvolvimento.

A saúde da família da empresária Aparecida Tozzo, 59 anos, de São Paulo, é uma das que estão sob o guarda-chuva desta onda de proteção precoce. Ela e sua irmã Nair, 60 anos, tiveram melanoma, o mais agressivo tipo de câncer de pele. Aparecida sofreu com a doença em 1989 e Nair, cinco anos atrás. Agora, as duas, seus filhos e mais as outras quatro irmãs fazem parte de um protocolo pioneiro de acompanhamento criado no Hospital A. C. Camargo, em São Paulo.

O projeto consiste no monitoramento de famílias nas quais há pelo menos dois casos da doença - o que aponta para a existência de uma conexão genética da enfermidade. O objetivo é manter os indivíduos sob acompanhamento para identificar o eventual surgimento do melanoma em qualquer um deles o mais precocemente possível. As estatísticas mostram a importância dessa atitude. Quando o tumor está infiltrado sob a pele apenas um milímetro, a possibilidade de cura é de 95%. Com mais de quatro milímetros de profundidade, a chance cai para menos de 5%.

O trabalho foi iniciado há um ano e por enquanto conta com a participação de 48 famílias. "Convocamos os parentes de pacientes em primeiro e segundo graus", explica Alexandre Leon, dermatologista especializado em oncologia cutânea e coordenador do programa. Todos são submetidos a um teste para verificar a presença de mutações genéticas associadas à doença. Seus integrantes também têm suas pintas mapeadas e analisadas a cada visita, feita de seis em seis meses. Mesmo os membros que não manifestam as alterações nos genes permanecem sob vigilância.

Até por sua importância em termos de gravidade e de incidência na população, o câncer é uma das doenças que mais têm merecido atenção no que diz respeito à detecção precoce. Além do melanoma, há outros tipos de tumores para os quais estão sendo criadas formas de identificação mais eficazes e também menos agressivas. No Fleury Medicina e Saúde, em São Paulo, por exemplo, acaba de ser disponibilizado um exame de rastreamento de câncer de cólon (intestino grosso) não invasivo. A colonoscopia virtual consiste na avaliação do cólon por meio de imagens obtidas por tomografia computadorizada. O que se pretende é verificar se há a presença de pólipos, lesões benignas que antecedem o câncer. O exame é indicado para pessoas com mais de 50 anos. Para quem tem casos na família ou pólipos intestinais, a recomendação é de que o rastreamento seja feito a partir dos 40 anos.

Muitos dos avanços estão sendo possíveis graças aos testes genéticos que apontam a predisposição para doenças. Eles estão cada vez mais frequentes e abrangentes. Há seis meses, por exemplo, o Laboratório Richet, no Rio de Janeiro, oferece um exame que procura 69 mutações genéticas. Entre outros males, elas estão associadas à osteoporose, ao mal de Parkinson e ao mal de Alzheimer, três enfermidades relacionadas ao envelhecimento. A simples constatação da propensão genética não é uma sentença definitiva de que o indivíduo manifestará a doença - em geral, as causas são múltiplas, não apenas genéticas. Mas o conhecimento da condição alerta a pessoa para certos cuidados. "Ela pode fazer um acompanhamento frequente com seu médico e submeter-se a exames regularmente", explica o patologista Hélio Margarinos, diretor médico do laboratório carioca. Dessa maneira, ao primeiro sinal, a doença passa a ser combatida e sua progressão pode ser retardada.

Continua...

Fonte: http://www.terra.com.br/istoe/edicoes/2056/artigo130532-1.htm#

Óleo de peixe pode ajudar no tratamento de câncer, indica estudo

Um estudo egípcio publicado na revista especializada Cell Division indica que o ácido docosahexanóico (DHA), tipo de ômega-3 encontrado em óleo de proveniente de peixes, pode reduzir o tamanho de tumores e potencializar os efeitos positivos da quimioterapia.

Em testes com ratos, os pesquisadores avaliaram o efeito do DHA em tumores sólidos e investigaram de que forma ele interage com o medicamento cisplatina, usado na quimioterapia e que causa danos aos rins como efeito colateral. E descobriram que o ácido aumenta os efeitos da quimioterapia, reduzindo os danos ao tecido renal.

Os resultados indicaram que o DHA age no nível molecular, reduzindo a leucocitose (acúmulo de células brancas do sangue), inflamação sistêmica e estresse oxidativo - processos associados ao crescimento de tumores. Por isso os especialistas sugerem a combinação da quimioterapia com ômega-3 contra o câncer.

Fonte: http://www.opantaneiro.com.br/noticias/online.asp?id=82965

Avanços e desafios no tratamento do câncer

Na luta contra o câncer, cada descoberta científica é como uma batalha vencida. Cientistas, médicos e sociedade comemoram os resultados obtidos nos laboratórios. Em geral, as novas formas de diagnóstico e tratamento aumentam as chances de cura e conferem mais qualidade de vida ao paciente. No Ceará, algumas técnicas e medicamentos mais modernos já podem ser encontrados no mercado. Mas a luta continua. Primeiro, porque o custo é bastante elevado. Além disso, esses procedimentos só podem ser aplicados quando a doença está em estágio inicial. Um sinal de que, mais do que esses avanços, ainda é o diagnóstico precoce o principal aliado no combate ao câncer, conforme alertam os especialistas.

“Só pode fazer tratamento avançado quem tem câncer na fase inicial”, enfatiza o médico oncologista Fernando Melo, do Hospital do Câncer do Ceará (HCC). Mesmo sendo limitado, o uso desses medicamentos e técnicas mais recentes já têm ajudado várias pessoas a enfrentar a doença. Um exemplo está nas novas drogas usadas na quimioterapia, que causam efeitos colaterais menos agressivos do que no tratamento tradicional. “Essas novas terapias têm evitado, por exemplo, a queda de cabelo”, diz o oncologista clínico do Centro Regional Integrado de Oncologia (Crio), Eduardo Cronemberger, se referindo a um dos efeitos colaterais que mais preocupam pacientes e familiares.

Uma outra novidade no Estado é a técnica denominada radioterapia intraoperatória da mama, disponível no HCC. O procedimento permite que a pessoa com câncer de mama realize, ao mesmo tempo, a cirurgia de retirada do tumor e o tratamento de radioterapia, que, no modo convencional, chega a durar seis semanas. “(Na técnica nova) a radiação é aplicada uma única vez, durante o ato cirúrgico. Diminui os transtornos para o paciente”, explica Fernando Melo. Ainda no Hospital do Câncer do Ceará, um tratamento semelhante tem beneficiado alguns pacientes com câncer de próstata. É a chamada braquiterapia, que custa R$ 20 mil.

O médico do HCC, Fernando Bastos, explica que a braquiterapia é uma modalidade de radioterapia que atua diretamente no tumor. No caso da próstata, uma das vantagens é que ela diminui os efeitos colaterais que podem ser causados pelo tratamento convencional, entre eles a retite (inflamação do reto), a cistite (inflamação da bexiga) e a impotência sexual. “Além disso, é um procedimento único. O paciente vai embora (do hospital) no mesmo dia ou, no máximo, no dia seguinte”, lembra. Na radioterapia tradicional, a média é de 30 sessões.

Os especialistas consultados pelo Ciência & Saúde acreditam que a tendência é que novas técnicas, cada vez mais modernas, cheguem ao Estado nos próximos anos. Mas, como esses procedimentos têm custo elevado e o uso ainda é limitado, os especialistas continuam apostando na prevenção e no diagnóstico precoce como as melhores formas de combater o câncer, que hoje é a segunda causa de morte no Brasil. No Ceará, de acordo com os dados mais recentes, os tipos de câncer com maior mortalidade são os de mama, próstata, estômago, pulmão, esôfago e colo de útero. A estimativa do Instituto Nacional de Câncer (Inca) para o Estado, no ano passado, foi de 16.170 casos novos da doença por 100 mil habitantes.

5 dicas para viver melhor

>> Até o o fim de 2010, a indústria deverá banir toda a gordura trans dos alimentos. Até que a substância, associada a doenças cardiovasculares e diabetes, seja banida, o jeito é olhar os rótulos e seguir a recomendação da OMS de não ultrapassar 2 gramas de gordura trans por dia. A quantidade é encontrada, por exemplo, em quatro biscoitos do tipo waffer.

>> As barrinhas de cereais caíram no gosto das pessoas. No entanto, é preciso ter cuidados, a barra tem que ser consumida com moderação e jamais ser usada para substituir refeições.

>> São considerados chás somente as bebidas feitas com as folhas da planta Camellia sinensis, como os chás verde e preto. Outros, como camomila, hortelã e erva-doce são infusões sem efeito antioxidante.

>> Quando se fala no hipocampo, uma área do cérebro para certos tipos de memória, tamanho é documento. Estudos das universidades de Illinois e Pittsburgh,mostraram que idosos praticantes de atividade física têm hipocampos maiores e maior memória espacial.

>> Linhaça faz bem ao coração. A semente é rica em ácidos graxos ômega 3 e 6, dois tipos de gorduras essenciais que o organismo não produz. As pesquisas mostram que auxilia no controle dos níveis de triglicérides e colesterol.

Fonte: http://www.opovo.com.br/opovo/cienciaesaude/867713.html