quinta-feira, 15 de outubro de 2009

Médicos descobrem mapa para câncer da próstata agressivo que não aparece nos exames

Câncer escondido

Pesquisadores do Hospital Princess Margaret, do Canadá, finalmente encontraram uma reposta para a pergunta que confunde muitos clínicos - Por que alguns homens com níveis elevados específicos de antígeno da próstata (PSA), que são cuidadosamente monitorados e submetidos a repetidas biópsias negativas, ainda assim desenvolvem o câncer de próstata agressivo?

A resposta está na localização do tumor na parte superior da próstata, onde ele não é detectado por meio dos procedimentos-padrão de diagnóstico, como as biópsias feitas com agulhas guiadas por ultrassom.

Biópsia com ressonância magnética

A pesquisa, publicada no Jornal Internacional de Urologia, demonstrou que a imagem de ressonância magnética (MRI) é a melhor ferramenta para revelar esses tumores escondidos.

"Nossas pesquisas identificaram um grupo específico de alto risco que tem seus tumores difíceis de diagnosticar devido à sua localização. Estes homens são beneficiados pelo uso do MRI para guiar o procedimento de biópsia com grande precisão," diz o Dr. Nathan Lawrentschuk.

Os pesquisadores chamam a combinação de um resultado de elevado nível de PSA e biópsia negativa, de "PEATS" (Prostate Evasive Anterior Tumour Syndrome).

Vigilância

"Saber mais sobre o PEATS também pode ser importante para os homens que já estão sob cuidados - pacientes com crescimento lento do câncer de próstata que estão sendo regularmente monitorados através do exame de PSA e da biópsia. Nem todos os homens precisam passar pela MRI mas, sabendo do PEATS, poderemos identificar aqueles que precisam", diz o Dr. Neil Fleshner.

Uma equipe de cientistas, cirurgiões, radiologistas e patologistas estudaram 31 pacientes que tiveram resultados positivos de biópsia e que tiveram seus tumores detectados na parte mais alta de suas próstatas revelados pela ressonância magnética.

Foi constatado que, em 87% dos casos, o procedimento utilizando a MRI foi capaz de detectar os tumores escondidos. O Dr. Lawrentschuk alerta os médicos clínicos sobre a necessidade de se informarem mais sobre o PEATS, pois estes tumores podem ser os mais agressivos.

quarta-feira, 14 de outubro de 2009

Médicos discutem avanços para tratar câncer de pulmão

Especialistas mostram os avanços no tratamento do câncer do pulmão no XVI Congresso Brasileiro de Oncologia Clínica. Os novos medicamentos, baseados na terapia alvo, agem diretamente nas células cancerígenas e inibem o crescimento do tumor.

O tratamento do câncer de pulmão avançou no Brasil. O surgimento de novos medicamentos que agem diretamente no tumor cancerígeno tem animado os especialistas que participam do XVI Congresso Brasileiro de Oncologia Clínica. O evento, direcionado aos médicos que tratam o câncer, ocorre até sábado no Centro de Convenções.

``Assim, o tratamento deve ser multidisciplinar para aumentar as chances de cura``, ressalta Hoff. Ele prevê que em até cinco anos, as pesquisas mostrem um caminho para inibir o surgimento primário da célula cancerígena.

A terapia alvo adota medicamentos que agem diretamente no tumor e tem apresentado resultados surpreendentes. É o caso do cetuximabe, que tem se mostrado um importante aliado na redução do tumor e na progressão mais lenta da doença.

O medicamento pertence a uma nova classe de drogas anticâncer conhecida como anticorpos monoclonais e interrompe a divisão de células cancerígenas. Estudos mostraram que os pacientes com câncer de pulmão avançado que recebem o medicamento combinado com a quimioterapia tem até 13% menos chances de morrer do que os que recebem apenas quimioterapia. Há também 48% a mais de chances de o tumor regredir.

Hoff é o médico responsável pelo tratamento do vice-presidente José Alencar, que luta contra o sarcoma. O oncologista afirma que o tratamento dele contou com uma combinação de anticorpos monoclonais na terapia alvo. ``Ele vem tolerando muito bem ao tratamento. Podemos dizer que ele é um exemplo de sucesso``, diz.

Outra nova opção para o combate do câncer de pulmão é o bevacizumabe. O agente é um mecanismo inibidor do crescimento de vasos sanguíneos, que fornecem nutrientes e oxigênios ao tumor. O oncologista Artur Katz, do Hospital Sírio Libanês, explica que ao interferir o fornecimento de sangue para o tumor, evita-se o crescimento e a propagação do câncer pelo corpo, ou seja, a metástase.

A substância já era adotada no tratamento do câncer de colorretal no Brasil. A novidade é a liberação da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) para combater o câncer de pulmão avançado.

Pesquisadores decodificam 'genoma' de câncer de seio

Cientistas canadenses anunciaram nesta quarta-feira ter estabelecido, pela primeira vez, o "genoma" de um tipo de tumor que responde por 10% dos casos de câncer de seio.

Utilizando uma nova técnica, mais rápida e menos onerosa, uma equipe da agência do câncer da Columbia Britânica sequenciou o genoma do tumor e identificou as mutações que permitem a propagação do câncer pelo organismo.

Os cientistas analisaram a evolução, durante nove anos, de um carcinoma metastático do seio, e identificaram 32 mutações. Em seguida, determinaram o número de anomalias presentes no tumor inicial.

"O resultado foi surpreendente: apenas cinco das 32 mutações estavam presentes em todas as células do tumor de origem, e foram identificadas como as responsáveis por deflagrar a doença", destacou a equipe canadense.

"Esta descoberta marca uma virada na compreensão das origens do câncer de mama e no desenvolvimento de tratamentos específicos para nossos pacientes", disse o Dr. Samuel Aparicio, que dirigiu o estudo, publicado na revista Nature.

"A quantidade de possibilidades que nos oferece para futuras pesquisas é considerável".

"Uma a cada nove mulheres desenvolve câncer de seio, doença que responde por 29% de todos os casos de câncer entre a população da Columbia Britânica", destacou o ministro da Saúde da província canadense, Kevin Falcon.

"Isto representa uma esperança para milhares de mulheres afetadas por esta terrível doença", disse Falcon.

O estudo é ainda mais significativo porque, "enquanto se gastou muitos anos e muito dinheiro para se desenhar o genoma humano", esta descoberta "exigiu apenas algumas semanas e teve um preço muito inferior", disse o doutor Marco Marra, diretor da Agência do Câncer de Columbia Britânica.

Invenção canadense pode ajudar tratamento de câncer de mama

WASHINGTON - Um chip inventado por cientistas canadenses pode permitir que os médicos monitorem os níveis de hormônios de seus pacientes de forma simples e rotineira. A descoberta é especialmente interessante para o tratamento de câncer de mama, já que poderia medir, com facilidade, a quantidade de estrogênio no seio de uma mulher.

Há anos os cientistas sabem que o estrogênio desempenha um papel significativo em muitos casos de câncer de mama, já que as mulheres com a doença possuem níveis muito mais altos deste hormônio.

Mas medir a quantidade de estrogênio no seio requer uma biópsia, procedimento que causa dor e têm alguns riscos. Além disso, é preciso horas de intenso trabalho no laboratório para extrair e purificar o estrógeno que está no meio das células.

Se os médicos tivessem um jeito mais fácil de monitorar os níveis de estrógeno no seio, poderiam verificar se os pacientes estão respondendo ao tratamento contra o câncer de mama e até detectar pessoas que têm mais risco de desenvolver a doença.

É essa a proposta dos pesquisadores da Universidade de Toronto , que colocaram todo esse longo processo laboratorial na superfície de um chip - tão fina quanto a de um cartão de crédito. orrentes elétricas movem as gotas de hormônio, permitindo que solventes e outras substâncias químicas dissolvam a amostra de tecido seco e removam outras substâncias biológicas, até que reste apenas o estrogênio.

Para fazer os testes, os cientistas usaram pequenas amostras de tecido do seio (colhidas com agulhas e não por meio de biópsia), além de amostras de sangue de duas pacientes de câncer de mama.

Segundo eles, o chip permitiu medir a quantidade de estrógeno com precisão. Agora, eles vão aplicar a nova tecnologia em um estudo do qual vão participar mais de 200 mulheres canadenses.

Descoberta que pode ajudar a combater câncer leva Nobel de Medicina

Por Nicholas Vinocur

ESTOCOLMO (Reuters) - Três norte-americanos conquistaram o prêmio Nobel de Medicina nesta segunda-feira pela descoberta e identificação da telomerase, enzima que renova um revestimento na extremidade do cromossomo cujo desgaste natural pode levar ao envelhecimento ou ao câncer.

Elizabeth Blackburn, nascida na Austrália, Jack Szostak, nascido na Grã-Bretanha e Carol Greider ganharam o prêmio de 10 milhões de coroas suecas (1,42 milhão de dólares), afirmou o Instituto Karolinska, da Suécia.

"As descobertas... deram nova dimensão ao nosso entendimento da célula, jogou luz sobre os mecanismos de doenças e estimulou o desenvolvimento de potenciais novas terapias", disse o instituto.

A enzima tornou-se grande alvo dos trabalhos de pesquisa da indústria farmacêutica, particularmente para o combate ao câncer, pois acredita-se que ela desempenha um papel no crescimento descontrolado de tumores.

"Isso tem uma ampla implicação médica para o câncer, para alguma doenças hereditárias e para o envelhecimento", disse o instituto.

Greider, 48, afirmou que o reconhecimento destacou o valor das descobertas movidas por pura curiosidade.

"Não tínhamos idéia quando começamos que este trabalho seria envolvido com o câncer, mas havia simplesmente uma curiosidade de como os cromossomos se mantinham intactos", afirmou ela em comunicado.

"Nossa abordagem mostra que, ao mesmo tempo que você pode fazer uma pesquisa para responder uma pergunta específica, você também pode simplesmente seguir seu instinto."

Colega de Greider, Blackburn foi demitida em 2004 do Conselho de Bioética do então presidente dos EUA George W. Bush por suas críticas pela política do governo norte-americana para as pesquisas com células-tronco embrionárias.

Os três cientistas estavam entre os considerados prováveis vencedores, segundo previsão anual da Thomson Reuters.

Blackburn está na Universidade da Califórnia, em San Francisco, Greider na Escola de Medicina Johns Hopkins em Baltimore. Szostak na Escola de Medicina de Harvard desde 1979, atualmente no Hospital Geral de Massachusetts, em Boston.

(Reportagem adicional de Ben Hirschler, Mia Shanley e Doina Chiacu)

Novo medicamento para tratar câncer renal chega ao Brasil

Uma nova alternativa para tratamento de pacientes com câncer renal após falha da terapia convencional chegou ao Brasil em setembro: o medicamento Afinitor. O remédio atua na inibição da proteína intracelular mTOR - responsável pela proliferação e crescimento das células cancerígenas -, reduzindo em 67% o risco de progressão da doença ou morte.

A inibição da proteína mTOR é considerada um dos novos alvos da ciência para o tratamento do câncer. O efeito anti-tumoral de Afinitor também vem sendo estudado para diversos tipos de tumores como mama, gástrico, pulmão, linfoma, hepatocarcinoma e tumor neuroendócrino.

No Brasil, o Afinitor recebeu da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) aprovação em caráter prioritário (fast track), concedida apenas a medicamentos para o tratamento de doenças sem alternativa de terapia disponível no mercado. Nos Estados Unidos, a agência reguladora Food & Drug Administration (FDA) aprovou Afinitor em março, também em caráter de urgência.

O Afinitor é indicado para os pacientes com câncer renal avançado e metastático, ou seja, quando o tumor já se espalhou para outras partes do corpo. Invariavelmente o tumor se torna resistente e sem resposta ao tratamento inicial com inibidores de VEGF, proteína responsável pela inibição da angiogênese (formação dos vasos que nutrem o tumor). Antes da chegada de Afinitor, após a falha dos inibidores de VEGF, o paciente não contava com nenhuma outra possibilidade de tratamento comprovadamente eficaz.

Resultados do estudo Record-01 avaliaram a atuação do Afinitor em mais de 400 pacientes com câncer renal avançado. Os dados mostraram que o medicamento é capaz de reduzir em 67% o risco de progressão da doença ou morte, mais que dobrando o tempo que o paciente fica com o tumor sob controle.

As recentes descobertas representam um salto importante na forma de abordagem da doença. Até a década de 90, o câncer de rim era tratado com imunoterapia que conseguia resultados pouco eficazes e com diversos efeitos colaterais.

Fonte: http://noticias.terra.com.br/ciencia/noticias/0,,OI4041867-EI8147,00-Novo+medicamento+para+tratar+cancer+renal+chega+ao+Brasil.html

quarta-feira, 7 de outubro de 2009

Nanopartículas podem ajudar a acabar com tumores

LONDRES - Cientistas britânicos estão desenvolvendo formas de usar nanopartículas como minúsculos magnetos capazes de aquecer e matar as células tumorais sem danificar as células saudáveis circunvizinhas.

Os pesquisadores descobriram que nanopartículas de óxido de ferro podem ser acopladas a anticorpos que localizam o câncer, ou podem ser injetadas em células-tronco localizadoras do câncer, que os levam direto aos tumores que precisam matar.

O aquecimento das células em apenas 5 ou 6 graus acima da temperatura do corpo, com um novo equipamento chamado aparelho de hipertermia magnética por corrente alternada (MACH), é capaz de matar as células tumorais.

Os pesquisadores afirmam que o equipamento MACH é como uma micro-onda, aquecendo apenas as células alvejadas.

"Isso oferece uma nova forma de tratar o câncer", disse a equipe da University College London (UCL) em uma entrevista coletiva nesta segunda-feira.

"Se conseguimos fazer as partículas magnéticas migrarem para as células do câncer, podemos matar apenas as células do câncer, deixando as células saudáveis ilesas - o máximo da terapia-alvo."

Os cientistas afirmaram que o trabalho estava num estágio inicial e nenhum teste havia sido feito em humanos. Eles preveem mais uma década de desenvolvimento, refinando e testando as técnicas antes que elas possam ser licenciadas para o tratamento do câncer.

"Desejamos estar prontos para fazer os ensaios clínicos ao final de três anos", disse Quentin Pankhurst, professor de física na UCL.

Os cientistas afirmaram ter visto a técnica usando a célula-tronco funcionar em ratos.

Mark Lythgoe, diretor do centro para imagens biomédicas avançadas, disse que ele e seus colegas mostraram em um estudo a ser publicado em breve que determinadas células, chamadas células-tronco mesenquimais (MSC), quando acopladas a nanopartículas magnéticas, os levariam diretamente aos tumores secundários de pulmão, ou metástases no pulmão.

quinta-feira, 1 de outubro de 2009

Brasil, EUA e outros países se unem para combater o câncer

da France Presse, em Washington

Brasil, Estados Unidos, Argentina, México e Uruguai criaram uma aliança para desenvolver pesquisas conjuntas sobre o câncer e melhorar o tratamento da doença no continente, informaram nesta quinta-feira (1), em um comunicado.

A rede permitirá cooperação em termos de pesquisa sobre o câncer, programas de capacitação multinacionais e colaboração em tecnologia para o tratamento da doença, destacou o norte-americano NCI (Instituto Nacional do Câncer).

Os Estados Unidos já haviam assinado em junho com o Chile uma carta de intenções para se juntar à iniciativa.

"A união das nações hoje é, sem dúvida, um símbolo de nosso compromisso comum em avançar na pesquisa do câncer", destacou o diretor do NCI, John Niederhuber.

Niederhuber destacou que, ao unir os esforços de pesquisadores dos Estados Unidos e da América Latina, é possível conceber novos conhecimentos sobre as tendências do câncer, incluindo desde a análise de grupos pequenos até grandes populações.

Os países da aliança estarão unidos por meio de uma rede informática que permitirá aos investigadores a troca de dados e de conhecimentos de forma rápida.

"Um de nossos objetivos principais é traduzir as descobertas e a nova informação da pesquisa básica e clínica para aumentar as plataformas tecnológicas e, em última instância, salvar vidas", disse o ministro de Ciência e Tecnologia argentino, Lino Barañao.

"A rede ajudará a melhorar o progresso na luta contra o câncer no Brasil, ao mesmo tempo em que beneficiará nossos países irmãos da América Latina e a população hispânica ou latina dos EUA", disse o diretor do Instituto Nacional do Câncer do Brasil, Luiz Antonio Santini,

O câncer é uma das três doenças que causam mais mortes na América Latina, além de atingir com força os hispânicos nos Estados Unidos, que devem representar 20% da população deste país em 2020, indicou o NCI.