sábado, 20 de março de 2010

‘Leitura dinâmica’ de DNA abre novo caminho no tratamento de câncer

Pesquisadores da Universidade Johns Hopkins, nos EUA, desenvolveram uma forma de monitorar tratamentos de câncer usando uma nova técnica para rapidamente sequenciar, ou decodificar, grandes quantidades de DNA. A descoberta é parte de um programa coordenado por Bert Vogelstein e Kenneth Kinzler. A abordagem era algo fora de questão até o desenvolvimento, alguns anos atrás, de métodos para sequenciar grandes quantidades de DNA a baixo custo.

Uma célula se torna cancerosa quando os genes que brecam o crescimento descontrolado são sabotados por mutações. Quando as defesas anticâncer das células são destruídas, sucede uma desordem genética, com mais mutações e extensos rearranjos de DNA nos cromossomos.

Se esses pedaços alterados de DNA pudessem ser colhidos na corrente sanguínea de um paciente, eles serviriam como um indicador (denominado tecnicamente “marcador”) direto e sensível. Um cirurgião poderia verificar se havia removido com sucesso a totalidade de um tumor, e quimioterapeutas poderiam conferir o andamento de qualquer tratamento.

Mas o que permanece uma questão em aberto é qual tipo de dano seria o melhor indicador da presença de um tumor. No mês passado, Rebecca Leary e Victor Velculescu, colegas de Vogelstein, relataram poder detectar consistentemente rearranjos do DNA ao sequenciar seus fragmentos flutuando no sangue. Os rearranjos são exclusivos das células cancerosas, tornando-os um indicador muito específico. Porém, testar todos os pacientes exigia o sequenciamento de bilhões de unidades de DNA – e custava US$ 5 mil. 

DNA de mitocôndria
Agora, Vogelstein, Yiping Le, Nickolas Papadopoulos e colegas exploraram outro possível indicador de células cancerosas: eles descobriram que mais de 80% dos cânceres têm mutações em seu DNA mitocondrial. Essas alterações são simples de identificar, pois o genoma do DNA mitocondrial é muito pequeno – apenas 16 mil unidades – em comparação com as três bilhões de unidades do genoma nos núcleos das células.

Menos caro, o teste do DNA mitocondrial é tão sensível que uma mutação pode ser coletada a partir de uma amostra de sangue muito menor.

Os dois métodos estão no estágio de pesquisa, e precisam que o custo de sequenciamento caia ainda mais antes que possam ser considerados para uso clínico. Ainda assim, Vogelstein disse que indicadores de câncer baseados no DNA podem se tornar um diagnóstico melhor que os métodos atuais, que dependem da detecção de proteínas ligadas ao câncer. “Do ponto de vista da pesquisa, não restam dúvidas de que essa abordagem tem o potencial de rastrear pacientes e tumores com mais eficácia que a abordagem convencional.”

Michael Melner, diretor do programa científico da Sociedade Americana do Câncer, afirma que a sociedade tem um “enorme interesse” em métodos baseados no DNA para rastrear o câncer, e que a análise do DNA mitocondrial de Vogelstein é a mais abrangente até o momento.

Fonte: http://g1.globo.com/Noticias/Ciencia/0,,MUL1537335-5603,00-LEITURA+DINAMICA+DE+DNA+ABRE+NOVO+CAMINHO+NO+TRATAMENTO+DE+CANCER.html

quinta-feira, 18 de março de 2010

EUA lançam estudo sobre novos tratamentos contra o câncer de mama

WASHINGTON — O aguardado lançamento de um estudo clínico para determinar os novos tratamentos mais promissores contra os cânceres de mama agressivos foi anunciado, nesta quarta-feira, pelo governo federal americano e cinco grandes empresas farmacêuticas.
Este tipo de medicamento poderia aumentar fortemente a sobrevida de pacientes, cujo tipo de tumor mamário não responde a tratamentos tradicionais contra o câncer, destacou o "Biomarkers Consortium" em um comunicado.
A análise, denominada I-SPY 2, testará novos modelos de estudos clínicos de ponta, usando marcadores genéticos ou biológicos provenientes de tumores de doentes para buscar especificamente os tratamentos potencialmente mais eficazes para combater o câncer.
Este novo enfoque permitirá ainda aos investigadores usar os resultados preliminares de um estudo clínico, feito com um grupo de doentes, para decidir quais tratamentos são mais promissores e desta forma, eliminar mais rapidamente os menos eficazes.
"O estudo clínico I-SPY 2 promete multiplicar a convergência dos avanços em muitas pesquisas de ponta para desenvolver novos tratamentos contra o câncer de mama, utilizando biomarcadores moleculares", informou a doutora Anna Barker, diretora adjunta do Instituto Nacional americano do câncer e co-presidente do "Biomarkers Consortium".
O novo enfoque "nos permitirá, ainda, fazer testes clínicos de fase 3", última etapa antes da autorização para a comercialização de um medicamento, acrescentou em um comunicado.
O estudo clínico I-SPY 2 poderá, assim, reduzir fortemente os custos de desenvolvimento dos tratamentos contra o câncer, permitindo acelerar o processo de verificação da segurança e da eficácia dos novos medicamentos, estimou o consórcio. Hoje, este processo requer de 12 a 15 anos e custa mais de um bilhão de dólares.

Fonte: http://www.google.com/hostednews/afp/article/ALeqM5jMOZ1YMC4YVoGU6DL2z8Gqn5hEdg

Cientistas descobrem como envelhecer e matar células do câncer

CHICAGO (Reuters) - Em vez de matar células cancerígenas com drogas tóxicas, os cientistas descobriram um caminho molecular que as força a envelhecer e morrer, informaram nesta quarta-feira.
As células cancerígenas se espalham e crescem porque podem dividir-se indefinidamente.
Mas um estudo em ratos mostrou que o bloqueio de um gene causador do câncer chamado Skp2 forçou células cancerígenas a passar por um processo de envelhecimento conhecido como senescência -o mesmo processo envolvido na ação de livrar o corpo de células danificadas pela luz solar.
Se você bloqueia o Skp2 em células cancerígenas, este processo é desencadeado, relatou Pier Paolo Pandolfi da Harvard Medical School, em Boston, e colegas na revista Nature.
E a droga experimental contra o câncer MLN4924, da Takeda Pharmaceutical Co's -já na primeira fase de experimento clínico em humanos- parece ter o poder de fazer exatamente isso, disse Pandolfi em uma entrevista por telefone.
A descoberta pode significar uma nova estratégia para o combate ao câncer.
"O que descobrimos é que se você danifica células, as células têm um mecanismo de adensamento para se colocar fora de ação", disse Pandolfi. "Elas são impedidas irreversivelmente de crescer."
A equipe usou para o estudo ratos geneticamente modificados que desenvolveram uma forma de câncer de próstata.
Em alguns deles, os cientistas tornaram inativo o gene Skp2. Quando o rato atingiu seis meses de vida, eles descobriram que os portadores de um gene Skp2 inativo não desenvolveram tumores, ao contrário dos outros ratos da pesquisa.
Quando eles analisaram os tecidos de nódulos linfáticos e da próstata, descobriram que muitas células tinham começado a envelhecer, e também encontraram uma lentidão na divisão de células.
Este não era o caso em ratos com a função normal do Skp2.
Eles obtiveram efeito semelhante quando usaram a droga MLN4924 no bloqueio do Skp2 em culturas de laboratório de células de câncer da próstata.

Fonte: http://oglobo.globo.com/mundo/mat/2010/03/17/cientistas-descobrem-como-envelhecer-matar-celulas-do-cancer-916095046.asp

quinta-feira, 11 de março de 2010

Simpósio Internacional de Câncer de Mama

O 1º Simpósio Internacional de Câncer de Mama será realizado na capital paulista nos dias 26 e 27 de março. O evento será organizado em conjunto pela Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), pelo Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (HC-FMUSP), pelo Instituto Brasileiro de Controle do Câncer (IBCC) e pelo Hospital Israelita Albert Einstein (HIAE), que sediará o simpósio.

Entre os temas apresentados estarão novas técnicas de reconstrução mamária, de radioterapia e outros tratamentos. Estão confirmados vários palestrantes ligados às instituições organizadoras, como Ana Paula Schor, Auro Del Giglio, Elias Abdo, Gil Facina, José Roberto Filassi, Ivo Carelli, João Carlos Sampaio Goes, Marcus Vinícius de Nigro Corpa, Maria Aparecida Koike, Oswaldo Keith Okamoto e Silvio Eduardo Bromberg, entre outros.

Também participarão os palestrantes Lajos Pustzai e Banu Arun, ambos do MD Anderson Cancer Center, nos Estados Unidos.

O anfiteatro do Hospital Albert Einstein fica no edifício Manoel Tabacow Hidal – Estacionamento 3, Av. Albert Einstein 627, Morumbi, São Paulo.

Mais informações: http://ensino.einstein.br/portal/

Leitura rápida de DNA pode ajudar no tratamento de câncer

Pesquisadores da Universidade Johns Hopkins desenvolveram uma maneira de monitorar o progresso do tratamento de câncer de um paciente usando uma nova técnica de sequenciamento rápido, ou decodificação, de grandes quantidades de DNA.

No processo, eles sacudiram a doutrina postulada por livros acadêmicos, que afirmam que todos possuem uma única versão do DNA em suas mitocôndrias, as máquinas fornecedoras de energia dentro de cada célula. Além das mutações no DNA encontrado em pacientes de câncer, até mesmo pessoas saudáveis apresentaram diversas variantes em seu DNA mitocondrial, embora em grande parte em pequenas proporções.

A descoberta, relatada na edição atual da Nature, é parte de um programa do doutor Bert Vogelstein, Kenneth W. Kinzler e colegas para monitorar a presença de células cancerosas por meio de fragmentos de DNA mutante dispersos no sangue. Essa abordagem estava fora de questão até o desenvolvimento, alguns anos atrás, de métodos de sequenciamento de grandes quantidades de DNA a um baixo custo.

Uma célula se torna cancerosa quando os genes que interrompem o crescimento desenfreado são sabotados por mutações. Quando as defesas anticâncer da célula são destruídas, o caos genético se instaura, com a ocorrência de mais mutações e rearranjos de DNA em grande volume nos cromossomos.

Se esses pedaços de DNA modificado pudessem ser identificados na corrente sanguínea de um paciente, eles serviriam como um marcador direto e sensível do câncer. Um cirurgião poderia checar se removeu com sucesso todo o tumor, e os quimioterapeutas poderiam monitorar o sucesso de qualquer tratamento, conduzindo testes para constatar o reaparecimento de células cancerosas.

Mas considerando todo o dano genético existente na célula cancerosa, não se sabe ao certo qual tipo de dano seria o melhor marcador da presença de um tumor. No mês passado, Rebecca J. Leary e o doutor Victor E. Velculescu, colegas de Vogelstein, relataram que conseguiram detectar com confiança rearranjos de DNA através do sequenciamento de fragmentos de DNA no sangue.

Os rearranjos de DNA são exclusivos de células cancerosas, o que faz deles um marcador muito específico. Mas o teste de cada paciente exigia o sequenciamento de bilhões de unidades de DNA ao custo de US$ 5 mil.

Vogelstein, Yiping Le, Nickolas Papadopoulos e outros colegas exploraram outro possível marcador de células cancerosas: o do DNA mitocondrial. As mitocôndrias são antigas bactérias que foram escravizadas há muito tempo com o intuito de gerar energia para as células maiores. Elas se localizam fora do núcleo que contém o principal genoma humano, e, como podem existir milhares delas em cada célula, seu DNA é particularmente fácil de ser detectado.

A equipe de Vogelstein descobriu que mais de 80% dos tipos de câncer tinha mutações em seu DNA mitocondrial. Essas mudanças são fáceis de identificar porque o genoma do DNA mitocondrial é muito pequeno ¿ apenas 16 mil unidades - em comparação a três bilhões de unidades do genoma no núcleo da célula.

O método que seus colegas relataram no mês passado é mais meticuloso, já que é provável que o rearranjo aconteça em todas as células cancerosas do corpo do paciente. Mas ele exige o sequenciamento de todo o genoma do paciente. O teste de DNA mitocondrial é menos caro e tão sensível que uma mutação pode ser detectada a partir de uma amostra muito menor de sangue.

Ambos os métodos estão na fase de pesquisa e dependem de uma redução ainda maior do custo do sequenciamento de DNA antes de serem considerados para tratamentos clínicos. Mas Vogelstein disse que os marcadores de câncer com base em DNA poderão se tornar um diagnóstico melhor do que os métodos atuais, que dependem da detecção de proteínas ligadas ao câncer. "Não há dúvida, sob o ponto de vista da pesquisa, de que essa abordagem tem potencial para monitorar os pacientes e os tumores de maneira melhor do que a abordagem convencional", ele disse.

Michael Melner, diretor do programa científico da American Cancer Society, disse que a organização tinha "grande interesse" em métodos baseados em DNA para monitorar o câncer e que a análise de DNA mitocondrial de Vogelstein era a mais completa até agora.

Continua...

Leia a matéria completa em: http://noticias.terra.com.br/ciencia/noticias/0,,OI4312884-EI8147,00-Leitura+rapida+de+DNA+pode+ajudar+no+tratamento+de+cancer.html

segunda-feira, 8 de março de 2010

Estudo aponta benefícios do chá verde na luta contra o câncer

Famoso por fazer parte de dietas, o chá verde possui outras propriedades, descobertas em recentes pesquisas realizadas no mundo todo. O benefícios vão desde amenizar a depressão, até dar sobrevida aos paciente com câncer.

A depressão é uma questão muito importante para as mulheres com câncer de mama. Para lidar com esse sério problema, pesquisadores da Universidade Vanderbilt, nos EUA, indicam a prática regular de exercícios e o consumo de chá verde.

“Exercitar-se regularmente e tomar chá verde pode cumprir um papel importante na prevenção da depressão entre sobreviventes do câncer de mama”, destacou a pesquisadora Xiao Ou Shu.

Avaliando outros fatores do estilo de vida dessas mulheres, os pesquisadores descobriram que o consumo de chá verde também estava associado a menos chances de desenvolver depressão. Comparadas às 1.216 mulheres que não consumiam a bebida, as 183 participantes que ingeriam o chá regularmente tinha 36% menor risco de desenvolver o problema de saúde mental.

Outro benefício foi diagnosticado em uma pesquisa realizada em Taiwan, que observou que a ingestão de chá verde pode modular o efeito do tabagismo sobre o câncer de pulmão.

Fonte: http://www.correiobraziliense.com.br/app/noticia182/2010/02/25/cienciaesaude,i=175962/ESTUDO+APONTA+BENEFICIOS+DO+CHA+VERDE+NA+LUTA+CONTRA+O+CANCER.shtml

Extratos de melão podem combater câncer de mama

RIO - Cientistas descobriram que o extrato do melão-de-são-caetano, também conhecido como melão amargo, age contra reações químicas que provocam o crescimento do câncer de mama. A fruta inibia sinais que estimulavam a divisão de células da doença e, além disso, encorajava estas células a se matarem. O resultado da pesquisa foi publicado na última edição da revista "Cancer Research".

O mamão-de-são-caetano é cultivado na Ásia, África e América do Sul. Os pesquisadores esperam que seu extrato, usado popularmente há muitos anos como um remédio para diabetes e infecções, possa ser usado como um suplemento dietético para pacientes com câncer de mama, parando a recorrência da doença.

Coautor do estudo, Rajesh Agarwal, da Universidade do Colorado, ressaltou que ainda é necessário fazer novos testes. De acordo com o cientista, ainda não há provas de que a ingestão em grande quantidade da fruta ofereça qualquer proteção contra o câncer.

Jessica Harris, outra participante do estudante, também pediu cautela:

- Vários compostos químicos de plantas conseguem matar células cancerígenas no laboratório, mas poucos acabam tendo utilidade como drogas durante um tratamento - pondera. - Ainda teremos muito trabalho, inclusive com experiências em humanos, antes de sabermos se esse estrato provoca efeitos colaterais indesejáveis e se pode beneficiar pacientes com câncer.

Segundo os cientistas, há evidências "atualizadas e confiáveis" de que ingerir menos álcool, praticar exercícios físicos e manter um peso saudável reduz o risco de câncer de mama.

Fonte: http://oglobo.globo.com/ciencia/mat/2010/02/26/extratos-de-melao-podem-combater-cancer-de-mama-915943258.asp

Hormônio feminino pode ajudar no combate ao câncer de próstata

Um estudo australiano revela que um hormônio feminino pode ser a chave para o sucesso no tratamento contra o câncer de próstata. De acordo com os pesquisadores, o segredo para combater a doença, muitas vezes resistente às terapias, é fazer com que uma molécula em particular do tumor responda ao estrógeno, o hormônio sexual feminino.

Segundo a pesquisa, o estrógeno se amarra a receptores específicos das células, que disparam um mecanismo biológico quando estimulados. Já os tumores na próstata são conhecidos por carregar dois receptores de estrógenos. Um deles, o receptor beta, faz com que as células cancerígenas cometam "suicídio" quando ativadas, diz o estudo. Os pesquisadores australianos trabalham agora no desenvolvimento de um medicamento que direcione corretamente os estrógenos aos receptores betas do tumor.

Atualmente, os tratamentos convencionais no combate ao câncer de próstata baseiam-se no bloqueio de hormônios andrógenos, como a testosterona, inibindo o crescimento da massa tumoral. No entanto, quando a doença deixa de responder a esse tratamento, a cura se torna mais difícil, já que a quimioterapia não é muito eficiente contra esse tipo de câncer.

Para Gail Risbridger, professor da Monash University e um dos coordenadores do estudo, o novo medicamento pode revolucionar os métodos de tratamento. "A droga não só inibe o crescimento do câncer de próstata como também mata as células cancerígenas que são resistentes ao tratamento convencional", afirmou o professor. "O que o nosso time descobriu é que os receptores beta atingem uma pequena, mas muito importante, população de células no tumor", adicionou.

As conclusões do estudo foram publicados na revista especializada Proceedings of the National Academy of Sciences.

Fonte: http://veja.abril.com.br/noticia/saude/hormonio-feminino-pode-ajudar-combate-ao-cancer-prostata-536566.shtml