quinta-feira, 21 de outubro de 2010

Britânico será cobaia de nova droga contra câncer no cérebro

Remédio IMA950 treina sistema imunológico a destruir células cancerosas; paciente tem forma mais agressiva de tumor no cérebro.


Um jovem britânico que há dois meses descobriu que tem um câncer no cérebro será o primeiro paciente a testar um novo medicamento contra este tipo de tumor.


Calum Elliot, de 21 anos, será medicado com uma droga ainda em fase experimental chamada IMA950. Ela é indicada para pessoas que foram diagnosticas há pouco tempo com glioblastoma - a forma mas agressiva de câncer no cérebro.


O tratamento para esse tipo de tumor normalmente envolve cirurgia, seguida de radioterapia e quimioterapia. Ainda assim, o glioblastoma é difícil de ser tratado.


O oncologista que acompanha o jovem, Allan James, explicou que o remédio ajuda o corpo a se recuperar, treinando o sistema imunológico a reconhecer e destruir células cancerígenas que formam o tumor cerebral.
Para o médico, a droga não pode ser considerada a cura para o câncer cerebral, mas sim um grande avanço no tratamento da doença.


"É um passo importante que pode ajudar a controlar esses tumores em muitos outros pacientes e permitir que eles vivam por muito mais tempo", afirmou James.


Injeções


Cerca de 45 pessoas vão participar dos testes, no hospital Beatson Cancer Centre, em Glasgow, na Escócia.
Na primeira fase, as cobaias vão tomar 11 injeções de IMA950 durante seis meses.


Em entrevista à BBC, Elliot disse que está animado com o tratamento. "As injeções podem arder por até dez minutos, mas eu vou aguentar a dor se ela me ajudar a melhorar", disse o jovem.


"E provavelmente estou ajudando outras pessoas, porque elas tiverem a chance de passar por esse tratamento já sabem o que esperar."


Elliot contou que antes de ser diagnosticado com câncer, ele passou um ano e meio sendo tratado por epilepsia.


Depois de tomar uma série de remédios, sem que nenhum surtisse efeito, ele passou por uma nova bateria de exames. Foi então que os médicos descobriram que ele tinha um glioblastoma.


"Fiquei em choque, arrasado", disse Elliot. "Os primeiros dias foram os mais difíceis. Contei para minha família e para meus amigos mais próximos."
Apesar de já estar fazendo radioterapia, Elliot vem tentando ter uma vida semelhante à que tinha antes de ser diagnosticado com câncer.


"Quando recebi a notícia, fiquei paranoico, achando que as pessoas iam me tratar de maneira diferente", afirmou.


"Mas quando meus amigos vêm me visitar, continua tudo igual, você nem diz que tem algo errado comigo."


Fonte: http://g1.globo.com/ciencia-e-saude/noticia/2010/10/britanico-sera-cobaia-de-nova-droga-contra-cancer-no-cerebro.html

segunda-feira, 11 de outubro de 2010

Cura de leucemia em menino com 'poucas semanas de vida' intriga médicos

Após lutar contra a leucemia ao longo de dois dos seus três anos de vida, Jordan Harden não parecia mais responder ao tratamento. Os médicos então jogaram a toalha e lhe deram algumas semanas de vida.


Moradores de Wishaw, no sul da Escócia, os pais do garoto, Gary e Claire, resolveram levá-lo à Disney em Paris, para que Jordan aproveitasse os seus últimos dias. Pouco antes de partirem, porém, receberam uma ligação do hospital e ouviram uma notícia que os deixou entre eufóricos e perplexos: o último exame do garoto revelava que a doença havia desaparecido completamente.


Hoje, 18 meses depois, Jordan frequenta a escola e leva uma vida normal, como a de qualquer outro garoto saudável de 5 anos de idade.


A história, narrada no último domingo pelo jornal britânico Daily Mail, intrigou médicos e jogou luz sobre os misteriosos motivos que podem fazer com que um câncer desapareça a partir da reação do sistema imunológico do próprio doente.


Regressão espontânea


Em entrevista à BBC Brasil, Jacques Tabacof, diretor do Centro Paulista de Oncologia, diz que casos como o do garoto escocês são extremamente raros, principalmente se levado em conta o tipo de câncer que o acometia. Jordan tinha leucemia linfoide aguda, câncer caracterizado pela produção maligna de linfócitos (glóbulos brancos) na medula óssea.


No entanto, Tabacof diz que em outros tipos da doença, como os linfomas (cânceres do sistema linfático) de evolução mais lenta, pode haver regressão espontânea dos tumores em até 20% dos casos.


"Como esses tumores geralmente ocorrem em pessoas mais velhas, que muitas vezes já têm outras doenças, podemos não recomendar a quimioterapia imediatamente. Vamos então monitorando o paciente, já que o tumor pode regredir."


Mas Tabacof também já acompanhou casos mais surpreendentes de regressão espontânea, como o de uma paciente que sofria de um linfoma de pele. A doença, conta o médico, provocava coceiras tão intensas que ela pensava em se matar.


"Ela passou por muitos tratamentos, sem resultados consistentes. Até que teve uma melhora que não podia ser atribuída a nenhum tratamento e acabou se curando."


Continua em: http://www.bbc.co.uk/portuguese/ciencia/2010/09/100922_cancer_imunoterapia_jf.shtml