sábado, 9 de julho de 2011

Estudo demonstra eficácia de medicamento para evitar retorno de câncer gastrintestinal


Dados mostram 66% de sobrevida livre de recorrência e 92% de sobrevida geral no período de cinco anos após três anos de terapia adjuvante com o Glivec® em pacientes com tumores estromais gastrointestinais (GISTs) Este foi o primeiro grande estudo clínico de fase III a demonstrar benefícios de sobrevida do tratamento com o Glivec® prolongado por três anos em comparação ao uso do medicamento por um ano.
São Paulo – Os resultados do tratamento com Glivec® (mesilato de imatinibe) em pacientes com tumores estromais gastrintestinais (GISTs) três anos após cirurgia de remoção dos tumores foram apresentados durante a 47a sessão plenária do congresso da Sociedade Americana de Oncologia Clínica (ASCO), evento mundial mais importante da área de oncologia. Os resultados mostraram que 66% dos pacientes tratados com Glivec® por três anos permaneceram livres da volta do câncer por cinco anos em comparação a 48% dos pacientes tratados com o medicamento por apenas um ano.

Além disso, 92% dos pacientes tratados com o medicamento por três anos estavam vivos em comparação a 82% que o haviam recebido por apenas um ano. O estudo de fase III contou com a participação de 400 pacientes e foi realizado pelo Scandinavian Sarcoma Group (SSG) e pelo Sarcoma Group do Arbeitsgemeinschaft Internistische Onkologie (AIO). Esse foi o primeiro estudo clínico a demonstrar benefícios de sobrevida no uso de Glivec® na terapia adjuvante por três anos em comparação ao uso do medicamento por um ano.

A terapia adjuvante é um tratamento complementar indicado para prevenir o retorno de uma doença. Em pacientes que se submeteram à cirurgia para retirada de um câncer, o uso adjuvante de medicamentos tem se mostrado uma maneira eficaz de evitar o reaparecimento de tumores graves. Os GISTs estão entre as doenças que apresentam maior risco de retorno, mesmo após cirurgia para retirada do tumor, podendo acometer até um em cada dois pacientes nos primeiros dois anos de acompanhamento. O retorno da doença, na maioria dos casos, é mais grave uma vez que pode vir acompanhado de metástases - quando as células cancerígenas atingem outros órgãos do corpo -, reduzindo a chance de cura. Os tumores gastrintestinais são um tipo de câncer raro potencialmente letal do trato gastrintestinal.

"Este estudo confirma a hipótese de que um aumento na duração do tratamento com o Glivec® em pacientes após a cirurgia aumenta a sobrevida livre de recorrência. Pela primeira vez, ficou comprovado um efeito sobre a sobrevida global," disse Heikki Joensuu, professor de oncologia da Universidade de Helsinki e principal pesquisador do estudo. "Os resultados deste estudo podem impactar positivamente a prática clínica, ajudando os médicos a otimizar o plano de tratamento para pacientes com GIST operável."

Perfil-O Glivec® recebeu aprovação em mais de 110 países, incluindo os EUA, União Européia (UE) e Japão, para o tratamento de todas as fases da leucemia mielóide crônica. Ele também foi aprovado nos EUA, na UE e em outros países para o tratamento de pacientes com tumores estromais gastrintestinais (GISTs) sem possibilidade de remoção cirúrgica e/ ou que já tenham se espalhado a outras partes do organismo (metastáticos). O Glivec® possui aprovação nos EUA e na UE para o tratamento pós-cirúrgico de pacientes adultos após a remoção cirúrgica total dos tumores estromais gastrointestinais. No Brasil, Glivec® é aprovado para o tratamento da leucemia mielóide crônica, de tumores estromais gastrintestinais (GISTs) e da leucemia linfóide aguda (LLA) cromossomo Philadelfia positivo (Ph+).

Câncer colorretal pode ter cura



Conhecido como câncer colorretal quando abrange tumores que acometem o intestino grosso (o cólon) e o reto, esse tipo de câncer apresenta estatísticas crescentes no Brasil. Dados do INCA (Instituto Nacional do Câncer) revelam que, em 2010, a estimativa do número de casos era de 28.110, sendo 13.310 homens e 14.800 mulheres, número maior, por exemplo, que a previsão no mesmo período para o câncer de pulmão (27.630 casos), do estômago (21.500 casos) e de colo de útero (18.800 casos).
Importante ressaltar que o câncer colorretal é tratável e, na maioria dos casos, curável, quando detectado precocemente e caso não tenha se espalhado para outros órgãos. De acordo com o gastroenterologista e cirurgião oncológico Dino Altmann, muitos desses tumores surgem a partir de pólipos, que são lesões benignas que podem crescer na parede interna do intestino grosso. “Uma maneira de prevenir o aparecimento dos tumores cancerosos seria a detecção e a remoção desses pólipos, antes de eles se tornarem malignos”, informa o especialista.

Detecção e tratamento

Os sintomas são simples, mas merecem observação: mudanças no hábito intestinal, como diarréia ou prisão de ventre, desconforto abdominal com gases ou cólicas, são alguns deles. Outros sinais de alerta são sangramento nas fezes, sangramento anal e sensação de que o intestino não se esvaziou após a evacuação, fezes pastosas de cor escura, náuseas, vômitos e sensação dolorida na região anal, com esforço ineficaz para evacuar. “A partir desses sintomas, já há necessidade de orientação médica”. O médico diz que dois exames bastante simples podem detectar esse tipo de tumor precocemente: a pesquisa de sangue oculto nas fezes e colonoscopia, que é um exame de imagem que vê o intestino por dentro.
“Pessoas com mais de 50 anos devem se submeter anualmente à pesquisa de sangue oculto nas fezes. Caso o resultado seja positivo, é recomendada a colonoscopia. Embora a colonoscopia seja mais específica, seu alto custo não justifica seu uso na prevenção populacional”, explica dr. Altmann. “Além disso, pacientes nesta faixa etária que apresentem anemia de origem indeterminada ou suspeita de perda crônica de sangue no exame de sangue devem fazer endoscopia gastrintestinal superior e colonoscopia”, recomenda.
Depois dos exames preliminares, o diagnóstico é confirmado através de uma biópsia obtida a partir da lesão suspeita – é retirado um fragmento do tecido suspeito. Esse fragmento é retirado durante a colonoscopia. “A localização do tumor vai determinar a forma mais adequada de tratamento, que pode começar com a combinação de quimioterapia e radioterapia para os tumores do reto e a cirurgia para os tumores do cólon“. explica dr. Dino Altmann. Segundo ele, o segundo passo é a definição, pelo cirurgião oncológico, quanto à necessidade de quimioterapia adjuvante após a cirurgia, para minimizar a possibilidade de volta do tumor. Todo esse procedimento vai depender do tamanho, da localização e extensão do tumor. “Quando a doença está espalhada, com metástases para o fígado ou outros órgãos, as chances de cura diminuem”, diz o especialista.

Prevenção

como os demais tipos de câncer, algumas medidas também funcionam como forma de prevenir o câncer colorretal. A primeira dica, como sempre, abrange a questão da alimentação e qualidade de vida, já que obesidade e sedentarismo comprometem qualquer organismo. Os tumores coloretais estão relacionados a dietas ricas em gordura animal e pobres em fibras.
Assim, uma dieta pobre em gordura, principalmente a saturada, sem o consumo exagerado de carne vermelha, e muito rica em fibras, vegetais como frutas, verduras e legumes deve ser seguida como fator preventivo. Atividades físicas também são muito recomendadas. “Outros fatores aumentam o risco de desenvolvimento da doença, como história familiar de câncer colorretal ou história pessoal da doença, como na mulher, por exemplo, que já tenha tido câncer de ovário, útero ou mama”, explica o médico. “Também são fatores de risco as doenças hereditárias, como polipose adenomatosa familiar (FAP) e câncer colorretal hereditário sem polipose (HNPCC), ou ainda as doenças inflamatórias do intestino, como retocolite ulcerativa crônica e doença de Crohn”.

Planta da Amazônia é nova arma contra o câncer

Cientistas do Inpa, em Manaus (AM), testam a substância Zerumbona no tratamento da doença. Os testos são feitos com o caule do gengibre amargo (Zingiber zerumbet), espécie nativa da região


BRASÍLIA – Poderá vir da Amazônia a solução para o combate e a prevenção do câncer. É o que apostam os cientistas do Instituto Nacional de Pesquisa da Amazônia (Inpa) por meio de uma pesquisa feita com o caule do gengibre amargo (Zingiber zerumbet), planta nativa e facilmente encontrada na região. A nova droga – um remédio natural – é agora a esperança para milhares de pessoas na fila da morte em decorrência do câncer.

Da planta é extraída a substância Zerumbona. Até agora, os testes feitos pelos cientistas da Coordenação de Pesquisas e Produtos Naturais (CPPN), do Inpa, comprovaram que a substância do caule do gengibre amargo possui forte ação do combate às células cancerígenas, afirma o pesquisador Carlos Cleomir.  Há cinco anos, a Agência Amazônia revelou que a espécie nativa estava sendo testada no combate ao câncer. À época, os cientistas já comemoravam os resultados apresentados.
O assunto voltou a ser destaque hoje. Em matéria da jornalista Marina Souza, o Portal da Amazônia detalhe o avanço dos testes feitos pelos cientistas do Inpa. Trechos da reportagem são aqui reproduzidos. Segundo o texto, a substância Zerumbona, extraída do caule do gengibre amargo (Zingiber zerumbet), possui forte ação no combate à células cancerígenas.
Explica ainda, a exemplo do que já fez a Agência Amazônia, que a espécie é também encontrada na Ásia, onde também é encontrada, a planta é usada na culinária e, como reflexo, a região possui baixo índice da doença. No Brasil, o gengibre amargo é utilizado para ornamentação de ambientes. A planta, diferente do gengibre comum (mangarataia), possui gosto forte que não agrada o paladar da população brasileira.


Droga inibe proliferação do câncer



Cleomir explica que a droga oriunda da planta nativa da Amazônia não cura o câncer. Mas as pesquisas até agora feitas comprovam que ela inibe a proliferação da doença. Segundo o cientista, o medicamento é indicado para pessoas com incidência da doença na família, por evitar o aparecimento das células. Apesar de combater qualquer tipo de câncer, a Zerumbona tem ação maior na luta contra a doença na pele, cólon e fígado.
O uso do gengibre amargo no tratamento do câncer também não altera células normais, ou seja, não causa efeitos colaterais. Com isso, o combate ao câncer seria menos violento. “A Zerumbona não apresenta os mesmos efeitos que a quimioterapia, que causa enjôo, queda de cabelo, entre outros”, afirma o pesquisador.
Cleomir conta que o estudo começou por acaso. “Eu estava no mato à procura de gengibre comum e o cheiro do amargo me chamou atenção. Provei e decidi pesquisar a espécie. Não imaginava que ela poderia ter um poder tão grande”, relata. A pesquisa, que já está em fase final, completa 15 anos.
O próximo passo – e estágio final – do estudo é comprovar os resultados em seres humanos. Nesta etapa, o pesquisador analisará o uso do medicamento em 230 pessoas, sendo 210 portadores de câncer e 20 sadios. Os doentes submetidos ao tratamento com a Zerumbona serão pacientes em fase avançada do câncer, internados na Fundação Centro de Controle de Oncologia do Estado do Amazonas (FCecon). Eles recebem apenas cuidados paliativos. “São pacientes que já passaram por todos os tratamentos quimioterápicos e foram desacreditadas pelos médicos”, destaca.
Produção da droga na Amazônia
A droga, ainda não é comercializada. A pesquisa será submetida ao Comitê de Ética em Seres Humanos do Inpa para apresentação no Comissão Nacional de Ética em Pesquisa (Conep). Toda a produção deverá ser feita no Amazonas. “Queremos manter o trabalho concentrado na região. Os ribeirinhos plantam o gengibre amargo, pesquisadores amazonenses estudam e uma empresa ligada ao Inpa produz”, explica.
O câncer é uma das doenças que mais matam no mundo. No Brasil, aproximadamente 500 mil pessoas sofrem com a doença, sendo cerca de cinco mil diagnósticos apenas no Amazonas.  No entanto, de acordo com profissionais da Oncologia, o número não é exato, principalmente no interior do Estado, onde as pessoas não têm acesso a médicos especializados. “É muito difícil chegar a comunidades ribeirinhas. Poucas pessoas podem vir à capital com freqüência, por isso é difícil diagnosticar casos de câncer nessas áreas”, explicou o presidente regional da Associação Brasileira de Patologia do Trato Genital Inferior e Colposcopia (Abptgic), Adalberto Bonfim.
http://www.agenciaamazonia.com.br/index.php?option=com_content&view=article&id=1025:planta-da-amazonia-e-testada-no-combate-ao-cancer&catid=1:noticias&Itemid=704
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