Londres - Pessoas com suscetibilidade genética para câncer de cólon podem ter suas chances de desenvolver a doença diminuídas pela metade se tomarem uma dose diária de ácido acetilsalicílico (também vendido com o nome de aspirina e AAS). A descoberta foi divulgada ontem, em Berlim, durante uma reunião conjunta da Organização Europeia para o Câncer e da Sociedade Europeia para a Oncologia Médica.
Pesquisadores europeus acompanharam mais de mil pessoas com a síndrome de Lynch, uma mutação genética que torna as pessoas vulneráveis a ter câncer no cólon, reto, estômago, cérebro, fígado, útero e em outros locais do corpo. A síndrome responde por cerca de 5% de todos os casos de câncer de cólon.
Metade dos participantes do estudo receberam 600 miligramas, ou dois comprimidos de ácido acetilsalicílico por dia, enquanto a outra metade recebeu placebo por cerca de quatro anos. No grupo que tomou ácido acetilsalicílico, seis pessoas desenvolveram câncer de cólon, ante 16 no grupo que recebeu placebo. "Estamos contentes", disse John Burn da Universidade de Newcastle, Grã-Bretanha, que comandou o estudo. "Principalmente porque paramos de ministrar o remédio depois de quatro anos e os efeitos continuaram", disse ele em comunicado.
A descoberta pode levar a outros tratamentos ao ajudar os pesquisadores a entenderem como o ácido acetilsalicílico combate o câncer de cólon, uma das três principais formas da doença em países ricos. Especialistas dizem que a descoberta não terá impacto imediato sobre o público em geral. "O ácido acetilsalicílico pode causar efeitos colaterais significativos se não usado como recomendado por um médico", disse Henry Snowcroft, do instituto de Pesquisa do Câncer Grã-Bretanha.
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