Cientistas estão identificando as mudanças que ocorrem nas células de dois tipos fatais de câncer para produzir os primeiros mapas genéticos inteiros de um tumor. Segundo eles, este fator marca um "momento transformador" na compreensão da doença.
Estudos recentes definem as primeiras descrições abrangentes de mutações celulares tumorais, e podem revelar todas as mudanças genéticas por trás do melanoma de pele e do câncer de pulmão. Os cientistas sequenciaram todo o DNA do tecido canceroso e do tecido normal em um paciente com melanoma e de um paciente com câncer de pulmão, usando uma tecnologia chamada sequenciamento paralelo em massa.
Comparando estas sequências tumorais com as saudáveis, eles conseguiram localizar todas as mudanças específicas do câncer. Como resultado, os cientistas descobriram que o tumor de pulmão continha mais de 23 mil mutações, enquanto o do melanoma tinha mais de 33 mil.
No caso do câncer de pulmão, a doença mata cerca de um milhão de pessoas em todo o mundo a cada ano, sendo 90% dos casos provocados pelo tabagismo. "Se você fumar 25 cigarros por dia durante 35 anos terá fumado 320 mil cigarros! Como foram encontradas cerca de 23 mil mutações no genoma do paciente com câncer de pulmão, isso quer dizer que, em média, a cada 15 cigarros, o fumante adquire uma mutação, ou seja, quase duas mutações por dia", explica o Dr. Salmo Raskin, presidente da Sociedade Brasileira de Genética Médica.
Segundo o geneticista, o estudo mostra quanto antes o fumante conseguir se livrar do vício, mais chances tem de se livrar destas mutações. "O próprio corpo vai, aos poucos, eliminado as mutações adquiridas" explica.
Os cientistas já haviam identificado algumas mutações genéticas ligadas ao câncer e novas drogas estão sendo desenvolvidas para bloquear a atividade causadora do câncer. O objetivo agora é produzir mapas genéticos de todos os tipos de câncer.
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