sábado, 26 de junho de 2010

Uma dose de radioterapia trata câncer de mama

A conclusão é de um estudo que envolveu 2.232 mulheres com câncer ductal invasivo (o mais comum) submetidas à cirurgia conservadora da mama.

Elas tinham, em média, 63 anos, e 86% dos tumores tinham menos de 2 cm (estágio inicial). Os resultados foram publicados no "Lancet".

Segundo os autores do estudo, da University College London, na Inglaterra, 90% das recorrências do câncer são no mesmo quadrante de onde o tumor é retirado -por isso, uma só sessão após a cirurgia seria eficiente.

As mulheres foram divididas em dois grupos: parte recebeu radioterapia intraoperatória em dose única e parte fez radioterapia externa convencional, de frações diárias durante cinco semanas.

Todas foram acompanhadas por quatro anos. As taxas de recorrência do tumor foram similares: seis no primeiro grupo e cinco no segundo.

Além disso, a radiação intraoperatória foi menos tóxica para as pacientes.

"Os resultados são encorajadores. A intenção da dose única é evitar que a mulher receba radioterapia externa, pois há menos efeito colateral [já que a radiação é localizada, protegendo os tecidos saudáveis]", diz Maria Aparecida Conte Maia, diretora do serviço de radioterapia do Hospital A.C.Camargo.

Maia testa a técnica há cinco anos no hospital -mais de cem mulheres já receberam o tratamento localizado.
"A dose aplicada é uma paulada, o equivalente a 30 dias de radioterapia convencional. Mesmo assim, os nossos resultados mostram que há beneficios", afirma.

SELECIONADAS
O método não é indicado para todas as mulheres com câncer de mama. Ele é restrito para aquelas com tumor único, em estágio inicial (menos de 3 cm) e que não tenha atingido as axilas.

"O método não aumenta a curabilidade nem o controle local da doença", pondera Eduardo Weltman, coordenador da radioterapia do hospital Albert Einstein.

Célia Viegas, subchefe do serviço de radioterapia do Inca (Instituto Nacional de Câncer), é cautelosa ao avaliar os resultados.

"A técnica ainda é experimental e não está disponível em larga escala no Brasil."

Fonte: http://www.expressomt.com.br/noticiaBusca.asp?cod=75270&codDep=3

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