Há 46 anos, médicos especializados no tratamento do câncer de todo o mundo se reúnem nos Estados Unidos para discutir as novas pesquisas e descobertas na área. As principais inovações trazidas em 2010 foram no tratamento de pacientes com cânceres em estágios mais sérios e que já passaram por procedimentos anteriores. “Foi descoberta uma nova quimioterapia para tratar o câncer de próstata, já em metástase, com o medicamento chamado Cabazitaxel”, explica o oncologista gaúcho Jeferson Vinholes, que participou do Congresso Mundial da Sociedade Americana de Oncologia Clínica, em Chicago. O evento ocorreu entre os dias 4 e 8 de junho e reuniu cerca de 30 mil participantes.
O Cabazitaxel é um composto experimental que age contra as linhas de células resistentes a quimioterapias. Nos estudos pré-clínicos, o remédio demonstrou a inibição da divisão celular e da proliferação das células tumorais. Segundo o médico, o estudo revelou que o uso do medicamento aumentou a sobrevida dos pacientes graves e possibilitou um novo tratamento efetivo nesses casos.
Um novo tratamento para o melanoma, tipo de câncer de pele grave, no grau de metástase, também foi apresentado no congresso. O Rio Grande do Sul é o segundo estado com maior incidência da doença, devido à pele clara, e deve se beneficiar com a descoberta. O medicamento Ipilimumab é um imunomodulador atuante no sistema imunológico que confere aumento da resposta orgânica. “Durante 30 anos não se teve um novo remédio e é a primeira vez na história que se constatou melhora significativa para esses casos”, afirma Vinholes. No momento, o Ipilimumab está sendo testado para outros tipos de cânceres. Posteriormente, serão investigados os benefícios e riscos da droga a longo prazo.
No ano passado, o encontro abordou o tema da personalização da cura do câncer, destacando que a ciência comprovou recentemente que os tumores são subdivididos em vários tipos, mais e menos agressivos. Frente a isso, há a necessidade de tratamento diferenciado. Vinholes garante que esta vertente está cada dia progredindo mais, mas que ainda é um caminho muito longo devido à especificidade de cada fator. “Passado um ano, essas pesquisas continuaram mais fortes e não há como mudar esse foco. Porém, no caso do câncer de mama, no qual se pensava que existiam cinco subtipos, hoje já descobrimos dez”, finaliza.
Fonte: http://jcrs.uol.com.br/site/noticia.php?codn=31655&codp=104&codni=3
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