domingo, 11 de setembro de 2011

Novo procedimento médico revoluciona tratamento do câncer no colo do útero


Considerada “ampliada” pela abrangência da área ocupada pelos órgãos removidos, a histerectomia utiliza pequenas pinças para a realização da cirurgia


Um dos raros tipos de câncer com causas e métodos de prevenção conhecidos atualmente, o carcinoma do colo uterino mata, por ano, cerca de 230 mil mulheres no mundo. Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), o número só não é maior do que o do câncer de mama. Buscando modernizar o tratamento da doença, o Serviço de Cirurgia Oncológica do Hospital São Rafael, em Salvador, realizou, no mês passado, um novo procedimento: a histerectomia ampliada por videolaparoscopia, cirurgia que dispensa a necessidade dos cortes profundos utilizados nos tratamentos tradicionais, diminuindo os riscos ligados aos procedimentos.

Considerada “ampliada" pela abrangência da área ocupada pelos órgãos removidos, a histerectomia por videolaparoscopia utiliza pequenas pinças, para a realização da cirurgia. “Introduzidas em furos de meio centímetro, feitos no abdômen, as pinças são guiadas por uma micro câmera, também inserida através de um furo mínimo, realizado no umbigo da paciente. Além de efetuar os cortes necessários à remoção dos órgãos, os instrumentos servem para fazer coagular os vasos sanguíneos durante a cirurgia”, explica Heron Cangussu, especialista que, ao lado do cirurgião oncologista Jadson Reis, coordena o núcleo responsável pela implantação do serviço no hospital.

Criada ainda no século XX, a histerectomia ampliada sempre foi utilizada para tratamento do câncer do colo de útero, porém o procedimento, antes, era realizado através de um corte profundo, feito na barriga da paciente, para que fossem retirados o útero, os gânglios e o tecido linfático. Com o advento da videolaparoscopia, entretanto, além de não ser mais necessário o corte, a cirurgia tornou-se bem mais simples, eficaz e segura, garantindo um pós-operatório sem restrições e complicações. 

“A vantagem deste novo procedimento é que a paciente sangra menos - afastando a necessidade da transfusão - sente menos dor, possui um menor índice de complicações relacionadas às feridas operatórias, além do efeito estético, uma vez que as cicatrizes são quase imperceptíveis”, destaca o médico. A média de alta é de três dias após a cirurgia. “Passados os sete e os 15 primeiros dias, a paciente tem que voltar a fazer revisão, para acompanhamento da ferida operatória e para ver se ela adquiriu retenção urinária”, conclui o oncologista.

Sintomas e Prevenção
Classificados em dois subtipos, o câncer do colo uterino é um dos poucos que possuem sintomas evidentes. O sangramento espontâneo e a dor e o sangramento durante a relação sexual são sinais perceptíveis em pacientes portadoras da doença.

Uma vez detectados os sintomas, segundo o médico do HSR, é importante procurar um especialista, para diagnosticar a doença ainda no início. “A descoberta precoce do câncer garante um tratamento bastante eficaz, principalmente quando utilizada a videolaparoscopia. Entretanto, mesmo quando detectada mais tarde, ainda é possível tratar a doença, através da radioquimioterapia”, realça o médico. 

Vale ressaltar que, para evitar o HPV, principal causadora do câncer do colo uterino, responsável por gerar infecção na pele e nas mucosas genitais, é importante fazer regularmente  o exame preventivo de Papanicolau, através de visitas regulares ao ginecologista. “Outros importantes métodos de prevenção são o uso do preservativo, uma vez que a doença é transmitida sexualmente, e a vacina contra a doença, que deve ser aplicada antes da primeira relação sexual”, finaliza o especialista.


Fonte: http://www.correio24horas.com.br/noticias/detalhes/detalhes-1/artigo/novo-procedimento-medico-revoluciona-tratamento-do-cancer-no-colo-do-utero/

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