sábado, 25 de julho de 2009

Avanços da nanotecnologia trazem novas esperanças para enfrentar câncer

Duas pesquisas, publicadas na edição desta semana da revista científica americana "PNAS", mostram formas promissoras de aplicar a nanotecnologia, ciência que permite a manipulação de estruturas incrivelmente pequenas, como forma de atacar o câncer. Um dos trabalhos apresenta uma forma nova e extremamente sensível de diagnóstico de tumores, enquanto o outro revela um tratamento inovador e, aparentemente, com poucos efeitos colaterais -- aplicado por enquanto só em camundongos.
A nova forma de diagnóstico está um pouco mais próxima das aplicações clínicas, a julgar pelo artigo de Ralph Weissleder, do Hospital Geral de Massachusetts, e colegas na "PNAS". A nanotecnologia envolve a manipulação de objetos ou materiais na escala nanométrica (equivalente a um metro dividido por um bilhão). No caso, Weissleder e companhia usaram nanopartículas magnéticas que receberam um aditivo especial: a capacidade de aderir a células cancerosas de uma dada amostra (que poderia ser de sangue ou de um órgão operado, por exemplo).
O próximo passo foi aplicar um aparelho de ressonância magnética portátil à amostra. Com isso, em menos de 15 minutos, foi possível detectar a presença das células tumorais, uma velocidade muito superior à disponível para os atuais testes de diagnóstico. O melhor é que o sistema é bastante sensível: apenas duas células de câncer foram suficientes para a detecção com essa abordagem. Isso facilitaria o tratamento precoce da doença.
Nanotubos
Já a equipe liderada por Suzy V. Torti, da Universidade Wake Forest, também nos Estados Unidos, testou o emprego combinado de nanotubos (tubos de dimensão nanométrica) de carbono e radiação em camundongos com uma forma de câncer de rim.
Esses nanotubos conseguem emitir calor quando recebem uma dose de radiação no infravermelho próximo, que não é cancerígena como a radiação gama, por exemplo. Com apenas 30 segundos de radiação, o calor gerado pela combinação foi capaz de destruir os tumores, o que traz esperanças de se usar a abordagem em humanos no futuro.

Fonte: http://g1.globo.com/Noticias/Ciencia/0,,MUL1236314-5603,00-AVANCOS+DA+NANOTECNOLOGIA+TRAZEM+NOVAS+ESPERANCAS+PARA+ENFRENTAR+CANCER.html

Nova esperança para pessoas que têm câncer de pâncreas

Um britânico que sofre de câncer pancreático - uma das formas mais mortais de tumor - é apontado como uma esperança para aqueles que sofrem do mesmo mal, como o ator Patrick Swayze, de Dirty Dancing. Robert Ferrant, de 62 anos, é um dos primeiros na Grã-Bretanha a se submeter a uma forma avançada de radioterapia.

O dispositivo, chamado CyberKnife, e que, segundo relatos também já foi utilizado em Swayze, emite centenas de feixes de radiação que são capazes de atingir com precisão tumores localizados em lugares de difíceis acesso.

Uma das grandes vantagens do aparelho é a capacidade que a radiação tem de se mover juntamente com a respiração do paciente, o que significa poder atingir tumores considerados inoperáveis por causa de sua proximidade de grandes vasos sanguíneos. A máquina é tão sensível que apenas uma tosse pode fazer com que a sessão tenha que ser recomeçada.

Enquanto as máquinas tradicionais utilizam baixas doses de radioterapia para evitar dano excessivo ao tecido sadio em torno do tumor, a CyberKnife tem uma precisão maior, o que significa que altas doses de radiação podem ser dirigidas ao tumor sem causar efeitos colaterias.

O paciente Robert Ferrant fez, na semana passada, três sessões de duas horas. Animado com os resultados, ele diz que agora tem esperanças de vencer a doença. "O outro tratamento apenas iria prolongar a minha vida em cerca de três meses. Com o CyberKnife, realmente posso ter esperança de uma cura”, diz. Ferrant descreve o tratamento como indolor.

O câncer de pâncreas de Ferrant foi diagnosticado em dezembro do ano passado, após dores e perda de apetite. "Quando fui diagnosticado, estava aposentado e tinha acabado de comprar uma nova casa", dz ele. "Minha filha veio da França com seus dois filhos para uma grande comemoração de Natal. Todo o mundo estava realmente pensando que poderia ser a minha última festa”, afirma.

Nas próximas quatro semanas, Ferrant será submetido a exames para saber em quanto seu tumor regrediu. A expectativa, segundo seu médico, Andy Gaya, é de que o tratamento dê ao paciente chance de sobrevivência a longo prazo e até mesmo de cura. “Antes, provavelmente, ele teria de seis a 12 meses de vida”, afirma.

Gaya, que tem 30 pacientes fazendo a terapia no momento, diz que a previsão inicial é de cinco sessões para cada paciente, podendo ser estendidas, caso haja necessidade. Na maioria dos casos, o câncer de pâncreas é detectado tardiamente, o que dificulta o tratamento. Das pessoas diagnosticadas, apenas 13% têm expectativa de vida de um ano e só 3% sobrevivem por cinco anos.

Atualmente, o uso da nova máquina é restrito à clínica privada de Gaya, mas o plano é disponibilizar o tratamento em diversos hospitais em torno de Inglaterra nos próximos anos.

Anvisa aprova nova droga para tratar câncer de fígado

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) aprovou o uso no Brasil do medicamento Nexavar@ (tosilato de sorafenibe - da Bayer Schering Pharma) no tratamento do câncer de fígado. O novo medicamento pode prolongar em até quatro meses a sobrevida de portadores desse tipo de câncer o que em muitos casos pode significar o tempo necessário para o aparecimento de um órgão compatível ao paciente para a realização do transplante que lhe poderia salvar a vida.

A decisão da Anvisa de aprovar a nova medicação se baseou no fato de o tosilato de sorafenibe ter sido testado com resultados satisfatórios, a partir de um estudo clínico mundial com mais de 600 pacientes com câncer de fígado avançado e chegou a revelar um aumento de 44% na sobrevida desses pacientes.

Quinto tipo de câncer mais freqüente no mundo e o terceiro em letalidade, o câncer de fígado é o que apresenta a complicação mais grave da cirrose hepática. Até hoje, não havia opção de tratamento para os casos mais graves, que não a quimioterapia com suas muitas implicações e efeitos colaterais.


O medicamento é de uso oral e age diretamente nas células doentes, preservando as sadias. A substância também já foi aprovada em mais de 60 países para o tratamento de tumores renais. "Após mais de 30 anos e centenas de estudos clínicos com outras drogas, o tosilato de sorafenibe é o primeiro tratamento a demonstrar resultados efetivos contra o câncer de fígado, que chega a causar mais de 500 mil mortes por ano", esclarece o laboratório.

No Brasil, estima-se que sejam feitos entre 2 e 3 mil diagnósticos da doença por ano. Segundo especialistas, até hoje existiam poucas e ineficazes opções de tratamento sistêmico para este tipo de câncer, pois nenhuma droga apresentava benefícios comprovados para o seu controle.

"Isso acontece porque cerca de 95% dos pacientes com câncer de fígado tem cirrose hepática concomitantemente e a quimioterapia convencional se tornava muito agressiva", afirma a gastroenterologista Luciana Kikuchi, médica assistente e coordenadora do Ambulatório de Oncologia Hepática do Serviço de Gastroenterologia Clínica do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP).

A especialista explica que quando o paciente descobre a doença por causa de sintomas relacionados ao tumor, como dor e emagrecimento, geralmente o câncer de fígado já está em um estagio avançado. "Por isso recomendamos a todos os pacientes com cirrose hepática que realizem ultrassonografia de abdome pelo menos uma vez ao ano, pois desta forma o diagnóstico pode ser feito em uma fase precoce, quando há opções de tratamento curativo", completa.

Estudos com o tosilato de sorafenibe trazem nova esperança para pacientes e médicos. "É a primeira terapia que efetivamente demonstrou prolongar a sobrevida dos pacientes com carcinoma hepatocelular", afirma o hepatologista Fábio Marinho, médico do Hospital das Clínicas da Universidade Federal de Pernambuco e do Hospital da Beneficência Portuguesa de Pernambuco.

Ele também ressaltou o fato de que os estudos demonstraram maior tolerabilidade e poucos efeitos adversos, o que contribui para a melhor qualidade de vida do paciente e facilidade de adesão ao tratamento. "A substância foi capaz de impedir a formação de novos vasos que alimentariam o tumor, além de inibir a sua proliferação", informou.

Para aprovar o medicamento, a Anvisa baseou-se no Sharp (Sorafenib HCC Assessment Randomized Protocol), estudo clínico que envolveu 602 pacientes com carcinoma hepatocelular avançado (sem indicação para tratamento cirúrgico ou químioembolização) de diversos centros de pesquisas mundiais, inclusive no Brasil.

Os resultados foram publicados na revista científica New England Journal of Medicine (NEJM) e demonstraram que os pacientes tratados com o medicamento tiveram aumento da taxa de sobrevida global em 44%, quase três meses a mais do que naqueles que não receberam a substância (média de 10,7 meses versus 7,9 meses do grupo placebo).

Além do Brasil, diversas agências regulatórias internacionais como o FDA (Food and Drug Administration), nos Estados Unidos, e o EMEA (European Medicines Agency), na Europa, também aprovaram o uso do remédio.

Fonte: http://noticias.terra.com.br/brasil/interna/0,,OI3872788-EI306,00-Anvisa+aprova+uso+de+nova+droga+para+tratamento+do+cancer+de+figado.html

DESVENDANDO O CÂNCER DE RIM NO BRASIL

A Sociedade Brasileira de Urologia (SBU) acaba de divulgar o Estudo Nacional sobre o Câncer de Rim (Encare). O levantamento reúne dados sobre a doença no Brasil, inclusive sobre o perfil dos pacientes. “É o trabalho que reuniu o maior número de casos de câncer de rim num único estudo no Brasil, somando 508 pacientes”, ressalta Aguinaldo Nardi, urologista coordenador do estudo e diretor da SBU.

O Encare foi realizado para que se pudesse obter mais informações demográficas, clínicas e patológicas do câncer de rim em pacientes diagnosticados e tratados por membros da SBU no Brasil, já que dados epidemiológicos da doença no País são extremamente raros. “Com essas informações podemos ter um registro mais completo e preciso da doença, o que contribui, por exemplo, para se ampliar a conscientização de médicos e pacientes especialmente em relação ao diagnóstico”, aponta Nardi.

O Encare comprova que a maioria dos pacientes diagnosticados com a doença apresenta os principais fatores de risco para a doença: 59% são homens, 79% brancos, idade média de 60 anos, 46% apresentam alta pressão arterial, 18% são obesos e 15% têm histórico de tabagismo.

A evolução nos métodos de exames contribuiu para um maior e mais precoce diagnóstico da doença. Atualmente, o ultrassom abdominal (73%) e a tomografia (19%) são os principais métodos para constatar a existência do câncer de rim. A proporção de casos metastáticos é de 9,5%, um pouco menor do que esperado em comparação a outros estudos populacionais sobre a doença. “Os dados mostram que a população brasileira está bem assistida em relação aos métodos de diagnóstico, com índices comparáveis aos de países desenvolvidos”, observa Nardi.

Segundo o Encare, os sintomas mais frequentes nos pacientes brasileiros com câncer de rim são: sangue na urina (43%) dor lombar (41%) e perda de peso (15%). “Apesar de comuns, percebemos que nem todos os pacientes apresentam a tríade clássica – ou seja, simultaneamente os seguintes sinais: massa palpável, sangue na urina e febre”, comenta Nardi.

HC-SP testa aparelho para diagnosticar células precursoras de câncer

São Paulo - O Hospital das Clínicas (HC), da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP), realiza testes com um novo aparelho para diagnosticar células precursoras do câncer de mama, segundo informações da USP. O equipamento aspira eventuais secreções da mama que, quando presentes, indicam maior possibilidade da mulher desenvolver o câncer. Segundo José Roberto Filassi, responsável pelo setor de Mastologia do HC, o objetivo do novo equipamento é poder detectar nas mulheres a predisposição para a doença.

De acordo com os primeiros resultados, das 120 pacientes que passaram pelo exame 40,8% tiveram secreção colhida dos ductos mamários. Mulheres que não apresentam secreção têm menor risco de vir a desenvolver câncer de mama. As que têm secreção com células normais correm risco maior de ter a doença, assim como aquelas que apresentam células atípicas no liquido extraído. O aparelho testado no hospital leva cinco minutos para aspirar secreções da mama, presentes em menos da metade das mulheres e mais frequentes na faixa etária dos 35 aos 45 anos.

Tratamento estético combate câncer de pele

Pessoas com câncer de pele agora já contam com a terapia fotodinâmica, que não submete o paciente às tradicionais cirurgias. Se antes, o Clear Light - aparelho que emite luz azul (tecnologia semelhante ao laser) era usado para o rejuvenescimento facial e o tratamento de manchas e acnes, hoje pode ajudar no combate à doença.

O tratamento consiste na aplicação do ácido aminolevulínico (ALA), que sensibiliza o tumor, permitindo que ele seja destruído pela luz azul. A técnica é indicada para carcinoma superficial basocelular (pequenas manchas vermelhas com crostas, freqüentes em pessoas de pele clara) e lesões pré-malignas, caso das queratoses actínicas. Em qualquer situação, a terapia remove totalmente o tumor ou a lesão.

Não há restrição de áreas do corpo para a utilização do tratamento, sendo as mais comuns o rosto, os braços e o tronco superior. Os médicos dão preferência a este método para tumores localizados em regiões de difícil cicatrização e para pessoas com problemas de sangramento, em idade avançada ou com tumores reincidentes. São necessários de três a quatro sessões para a completa cura.