Um britânico que sofre de câncer pancreático - uma das formas mais mortais de tumor - é apontado como uma esperança para aqueles que sofrem do mesmo mal, como o ator Patrick Swayze, de Dirty Dancing. Robert Ferrant, de 62 anos, é um dos primeiros na Grã-Bretanha a se submeter a uma forma avançada de radioterapia.
O dispositivo, chamado CyberKnife, e que, segundo relatos também já foi utilizado em Swayze, emite centenas de feixes de radiação que são capazes de atingir com precisão tumores localizados em lugares de difíceis acesso.
Uma das grandes vantagens do aparelho é a capacidade que a radiação tem de se mover juntamente com a respiração do paciente, o que significa poder atingir tumores considerados inoperáveis por causa de sua proximidade de grandes vasos sanguíneos. A máquina é tão sensível que apenas uma tosse pode fazer com que a sessão tenha que ser recomeçada.
Enquanto as máquinas tradicionais utilizam baixas doses de radioterapia para evitar dano excessivo ao tecido sadio em torno do tumor, a CyberKnife tem uma precisão maior, o que significa que altas doses de radiação podem ser dirigidas ao tumor sem causar efeitos colaterias.
O paciente Robert Ferrant fez, na semana passada, três sessões de duas horas. Animado com os resultados, ele diz que agora tem esperanças de vencer a doença. "O outro tratamento apenas iria prolongar a minha vida em cerca de três meses. Com o CyberKnife, realmente posso ter esperança de uma cura”, diz. Ferrant descreve o tratamento como indolor.
O câncer de pâncreas de Ferrant foi diagnosticado em dezembro do ano passado, após dores e perda de apetite. "Quando fui diagnosticado, estava aposentado e tinha acabado de comprar uma nova casa", dz ele. "Minha filha veio da França com seus dois filhos para uma grande comemoração de Natal. Todo o mundo estava realmente pensando que poderia ser a minha última festa”, afirma.
Nas próximas quatro semanas, Ferrant será submetido a exames para saber em quanto seu tumor regrediu. A expectativa, segundo seu médico, Andy Gaya, é de que o tratamento dê ao paciente chance de sobrevivência a longo prazo e até mesmo de cura. “Antes, provavelmente, ele teria de seis a 12 meses de vida”, afirma.
Gaya, que tem 30 pacientes fazendo a terapia no momento, diz que a previsão inicial é de cinco sessões para cada paciente, podendo ser estendidas, caso haja necessidade. Na maioria dos casos, o câncer de pâncreas é detectado tardiamente, o que dificulta o tratamento. Das pessoas diagnosticadas, apenas 13% têm expectativa de vida de um ano e só 3% sobrevivem por cinco anos.
Atualmente, o uso da nova máquina é restrito à clínica privada de Gaya, mas o plano é disponibilizar o tratamento em diversos hospitais em torno de Inglaterra nos próximos anos.
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