domingo, 21 de agosto de 2011
Novidade contra o câncer de intestino
Natal realizou, na sexta-feira da semana passada, dia 16, um novo tipo de procedimento no combate ao câncer de intestino, inédito inclusive na região Nordeste. Trata-se de uma combinação de procedimentos como cirurgia citorredutora, hipertermia e quimioterapia. Indicado apenas para casos de tumores mucinosos não invasivos, principalmente os de origem no apêndice e o mesotelioma peritoneal, como informa o cirurgião cancerologista Elio Barreto.
Mas, segundo o médico, estudos vêm mostrando resultados bem promissores no tratamento de disseminação peritoneal e carcinomatose peritoneal de implantes no peritônio decorrentes de outros tumores originados no cólon e no reto.
"Vale salientar que esse tipo de tratamento não se aplica em todas as situações. É um procedimento que tem riscos, a eficácia dele está restrita a algumas situações específicas. Por isso, não podemos indicar de forma indiscriminada", alerta o cirurgião.
Além de ser indicado apenas para alguns poucos tipos de câncer, principalmente de intestino, o procedimento requer condições específicas e restritas para sua realização. É preciso uma equipe médica com conhecimento a respeito do comportamento biológico do tumor a ser tratado, conhecimento sobre o tipo histológico do tumor, bem como suas características.
"Outro ponto fundamental é a condição clínica do paciente, pois tem de ser boa para poder suportar o tratamento. Precisamos estar numa estrutura hospitalar adequada, que ofereça suporte avançado de terapia intensiva, precisamos também de bons intensivistas. Sem material adequado e sem a tecnologia necessária, não conseguimos fazer esse tipo de cirurgia com segurança. A estrutura hospitalar é fundamental para que a cirurgia possa ser feita", comenta Elio Barreto.
Tanta complexidade faz com que o procedimento seja bastante demorado, durando não menos de 15 horas em média. Mas o cirurgião já teve relatos de cirurgias que duraram até 34 horas.
Durante a cirurgia citorredutora são ser retiradas todas, ou reduzir ao máximo, as células doentes. Também são retirados todos os órgãos por ventura afetados pelo câncer. A isso é associada a hipertermia, com altas temperaturas em torno dos 42 graus, ajuda a por fim às células cancerígenas. Logo em seguida, é iniciada a quimioterapia, com o medicamento quimioterápico agindo por uma hora e meia - a modalidade conhecida como regional gera menos efeitos colaterais sistêmicos.
Elio Barreto classifica o novo método como uma mudança de paradigma no tratamento de alguns tumores com disseminação peritoneal. "Isso é um achado extraordinário, um ganho fantástico na oncologia, tendo em vista que a carcinomatose peritoneal, que é a disseminação por implante na cavidade peritoneal, é uma situação muito ruim onde a quimioterapia sistêmica, muitas vezes não atinge o efeito desejado. Apesar dos muitos avanços feitos na quimioterapia dentro do desenvolvimento de novas drogas, novos medicamentos, a carcinomatose peritoneal ainda é um grande desafio para todos que trabalham com oncologia; cirurgiões, oncologistas e radioterapeutas, porque é uma doença difícil de tratar."
Leia mais em: http://tribunadonorte.com.br/noticia/novidade-contra-o-cancer-de-intestino/193083
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