quarta-feira, 17 de agosto de 2011

Remédio biológico ataca tumor gástrico com mutação genética


Pacientes com um tipo de câncer de estômago que apresenta uma mutação têm mais uma opção de tratamento.


O anticorpo monoclonal trastuzumabe, uma droga biológica que impede a reprodução das células cancerosas portadoras da mutação, passa a poder ser indicado também para tumores de estômago. O remédio já era usado para câncer de mama.


A mudança de indicação foi aprovada em julho pela Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária). De acordo com o oncologista Paulo Hoff, diretor do Icesp (Instituto do Câncer do Estado de São Paulo Octavio Frias de Oliveira), de 10% a 15% dos tumores gástricos têm a mutação conhecida como HER2 e podem ser tratados com o anticorpo.


NOVO ESTUDO


Um estudo sobre a droga (patrocinado pela fabricante do remédio, a Roche) com 584 pessoas em 24 países foi publicado na revista médica "Lancet" no ano passado.


A pesquisa mostra que os pacientes, cujos tumores não podiam mais ser operados, ganharam cerca de três meses a mais de sobrevida com o tratamento aliado à quimioterapia, em comparação aos que receberam só a químio.


TERAPIA-ALVO


Hoff afirma que a busca por novos tratamentos oncológicos tem se concentrado na identificação de subgrupos de tumores, para o desenvolvimento de terapias individualizadas.


"Antigamente, o câncer era ou de mama ou de estômago ou de intestino. Hoje, sabemos que dois tumores podem estar no mesmo órgão e ser muito diferentes do ponto de vista molecular."


Apesar de o ganho de sobrevida mediano ser de apenas três meses, Hoff lembra que alguns pacientes podem se beneficiar mais. "Quanto mais forte a expressão do receptor HER2, mais o tratamento funciona." A desvantagem do tratamento é o preço. "A cada três semanas, gasta-se cerca de R$ 6.000 a R$ 7.000."


Fonte: http://www.jornalfloripa.com.br/cienciaevida/index1.php?pg=verjornalfloripa&id=1393

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