domingo, 18 de janeiro de 2009
Tecnologia auxilia no tratamento do câncer
Hoje, essa identificação, feita por meio de uma avaliação da biópsia ou exame de sangue que avalia o DNA do paciente, só pode ser feita nos casos de câncer de mama, cólon e pulmão. “Isso foi um grande avanço, já é realidade, mas ainda vai evoluir muito”, diz Ferreira. A identificação de biomarcadores em outros tipos de câncer, diz o chefe de pesquisa do Inca, não é tarefa fácil. “Depois de identificar uma alteração em determinado grupo, é necessário testar em vários estudos para a validação”, afirma.
A noção de que essas alterações são fundamentais para o tratamento de tumores malignos é recente. “Essa individualização (do tratamento) é um campo em desenvolvimento”, contou. Com isso, é possível desenvolver medicamentos específicos para cada grupo de doentes. A missão, no entanto, é árdua. “A grande dificuldade é ter método científico para identificar”, afirma Ferreira.
Para a médica e coordenadora da disciplina de oncologia clínica da Faculdade de Ciências Médicas da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), Carmen Silvia Passos Lima, toda a linha de pesquisa do câncer é de interesse para a área médica, seja ela relacionada com a prevenção da doença, com o diagnóstico precoce ou com o tratamento administrado aos pacientes.
Fonte: http://www.cosmo.com.br/noticia/18989/2009-01-16/tecnologia-auxilia-no-tratamento-do-cancer.html
sábado, 10 de janeiro de 2009
Esperança contra o câncer de pâncreas
O aumento no tempo de vida não é considerado alto pelos especialistas, mas pode trazer impactos positivos para muitos doentes, especialmente quando se sabe que esse é o 9º tipo de câncer que mais mata homens e 7º que mais causa a morte de mulheres no país. Em Pernambuco, 135 pessoas morreram no ano passado devido à doença. Tumores de pâncreas representam cerca de 2% de todos os tipos de câncer no Brasil - cerca de nove mil casos por ano. O ator americano Patrick Swayze é um dos famosos que faz tratamento contra a doença.
"Em oncologia, qualquer aumento, por pequeno que seja, é um ganho a mais", observa o mestre na área e oncologista clínico do Hospital do Câncer de Pernambuco, Glauber Leitão. Segundo ele, estudos mostraram que apenas 17% dos pacientes com câncer de pâncreas que não têm indicação de cirurgia alcançam sobrevida de um ano quando tratados apenas com a quimioterapia padrão. Quando se acrescentou o Tarceva a esse tratamento, 23% continuaram vivos em um ano.
"Há muito tempo não tinhamos novidade em tumor de pâncreas, que é um câncer de difícil tratamento e alta mortalidade", afirma Glauber Leitão. Mas o oncologista do Hospital Sírio Libanês Rafael Schmerling faz ressalvas. Ele avalia que apesar de apresentar "pequeno" aumento no tempo de vida, a combinação do erlotinibe com quimioterapia não mostrou melhora significativa em relação à qualidade de vida e à redução da doença. "Isso não vai beneficiar toda a população de pacientes com câncer de pâncreas. Como ele (o medicamento) acrescenta efeito colateral, deveria ser usado em pacientes que têm condição clínica melhor", opinou o especialista, que citou o aumento da diarréia e aparecimento de alterações na pele (parecidas com acnes) como efeitos colaterais do Tarceva.
Arsenal - Segundo ele, a escolha do tratamento deve ser individualizada. "Ele (o erlotinibe) é mais uma arma. Uma alternativa no cenário de uma doença que tem poucas chances", afirmou. O médico Glauber Leitão explicou que nas fases iniciais do câncer, quando o tumor está restrito ao pâncreas, é possível fazer uma cirurgia. Nesse caso, em geral, toda a glândula é retirada. Mas, normalmente, adoença é diagnosticada de forma tardia e a maioria dos pacientes depende de tratamento medicamentoso. Atualmente, seis pacientes com câncer de pâncreas estão cadastrados na Secretaria Estadual de Saúde para receber Tarceva, mas só dois estão indo buscar a medicação.
sexta-feira, 9 de janeiro de 2009
Cientistas identificam gene-chave para a propagação do câncer de mama
Cientistas norte-americanos identificaram um gene-chave na propagação do câncer de mama, que também deixa os tumores resistentes às quimioterapias.
O gene, chamado de Metadherin ou MTDH, está ativo em 30% a 40% dos pacientes. Está situado em uma pequena região do cromossomo humano e parece crucial para o processo de metástase, ajudando as células cancerosas a aderirem de modo firme aos vasos sanguíneos de outros órgãos do corpo.
O gene deixa ainda os tumores mais aptos a resistirem aos potentes tratamentos de quimioterapia utilizados para destruir as células cancerosas.
"Neutralizar este gene nos pacientes afetados por câncer de mama permitirá alcançar, simultaneamente, dois objetivos importantes: reduzir o risco de recorrência do tumor e de sua disseminação nos outros órgãos", afirma Yibin Kang, professor adjunto de biologia molecular na Universidade de Princeton e coordenador da pesquisa.
"Estas são clinicamente as duas razões principais pelas quais os pacientes que sofrem de câncer de mama morrem da doença", acrescenta Kang, que teve o trabalho publicado na revista "Cancer Cell".
Fonte: http://www1.folha.uol.com.br/folha/ciencia/ult306u487167.shtml
segunda-feira, 5 de janeiro de 2009
Identificado mecanismo em que células cancerosas sobrevivem à quimioterapia
Para esse trabalho, os cientistas trataram células de cânceres de colo de útero, pele, fígado e mama, e iniciaram com três substâncias químicas distintas seu processo de apoptose (uma forma de morte celular que está regulada geneticamente). Até agora, era um fato contraditório que as células normais conduzidas artificialmente para seu suicídio alcançassem um ponto sem retorno, após o qual tinham de morrer, inclusive se fosse detida a apoptose artificial.
Os autores da pesquisa, porém, comprovaram que havia células cruzando esse ponto de não-retorno e ainda eram capazes de se recuperar, depois de retirado o elemento indutor. As células recuperavam seu tamanho e função, e seguiam se dividindo, perecendo somente quando o núcleo contendo a maior parte de seu DNA começava a desintegrar-se, algo que ocorre apenas na fase final do processo da morte celular.
— Demonstramos que várias fileiras de células cancerígenas podem sobreviver à morte celular programada. A pesquisa sugere a existência de uma via de escape tático à qual as células podem recorrer para sobreviver ao tratamento com quimioterapia. Nossas averiguações oferecem novas pistas para investigar o que permite às células cancerígenas voltar à vida após um tratamento de quimioterapia ou de que maneira essa capacidade para reverter a morte celular contribui para que sigam se dividindo e crescendo durante os ciclos de tratamento contra o câncer — explicou o professor Ming-Chiu.
O médico Lesley Walker, diretor de informação do Centro de Pesquisa do Câncer do Reino Unido, afirmou que "este descobrimento revelador nos apresenta um mapa inteiro de novas rotas a explorar na busca de novos objetivos terapêuticos".
— É um avanço intrigante que esperamos tenha um papel útil em nossos esforços para derrotar o câncer — disse o diretor do centro de pesquisa, entidade que publica o British Journal of Cancer.
domingo, 4 de janeiro de 2009
Nanopartículas de ouro podem ajudar a tratar câncer
Pesquisadores americanos afirmam ter descoberto uma forma de usar nanopartículas de ouro para melhorar o uso de remédios no tratamento de doenças como câncer.
Segundo cientistas do Massachusetts Institute of Technology (MIT), o sistema torna possível liberar uma quantidade determinada de remédios em partes específicas do corpo durante intervalos controlados.
A tecnologia funciona porque as nanopartículas desenvolvidas pelo MIT se dissolvem quando expostas a diferentes níveis de luz infravermelha.
Com isso, os cientistas poderiam fazer com que as partículas carregassem remédios e liberassem a droga no corpo humano de forma controlada.
A pesquisa foi publicada na revista científica ACS Nano.
''Assunto quente''
Uma das vantagens de se levar remédios diretamente a lugares específicos do corpo é que isso permite que drogas relativamente mais tóxicas e eficientes sejam usadas com menos risco de danos colaterais a outros órgãos do corpo.
No caso do câncer, os remédios poderiam ser aplicados diretamente em tumores, evitando alguns dos efeitos colaterais de terapias tradicionais, como a quimioterapia.
Algumas nanopartículas de ouro chegam a ter apenas um nanômetro, que equivale a um bilionésimo de um metro.
Quando elas chegam ao local do corpo onde o remédio deve agir, o corpo é exposto à luz infravermelha, que penetra a pele. A alta temperatura dissolve a nanopartícula, que libera a droga do seu interior.
A tecnologia desenvolvida pelo MIT envolve dois tipos diferentes de nanopartículas, que têm pontos diferentes de derretimento. Isso permite que diferentes remédios sejam liberados de forma separada, em intervalos controlados.
"Apenas ajustando a luz infravermelha, nós conseguimos escolher a hora para liberar (o remédio)", disse Andy Wijaya, cientista que liderou a pesquisa.
Para Kat Arnety, da entidade Cancer Research UK, as nanopartículas são o "assunto quente" na pesquisa sobre câncer.
"Essa nova tecnologia é inteligente porque significa que diferentes drogas possam ser liberadas. Mas apesar de animador, o trabalho ainda está em uma fase inicial e ainda não está pronto para ser testado em pacientes."
Nova técnica para reconstruir a mama
No total, o processo pode durar entre quatro e cinco horas e não produz nenhuma cicatriz nova, já que as células-tronco são implantadas por meio de uma pequena seringa. O processo, pioneiro na Espanha em tratamento celular aplicado à cirurgia plástica, faz parte de um teste clínico europeu, do qual participam40 pacientes de Reino Unido, Itália, Bélgica e Espanha, que já passaram por cinco intervenções.
O processo começa com uma lipossucção, durante a qual é feita a extração de células-tronco adultas que serão implantadas na paciente, com o objetivo de reconstruir a mama que sofreu uma cirurgia para a retirada do tumor e de gerar vasos sanguíneos novos que permitam irrigar a região afetada e fixar a gordura. "Costumamos fazer uma lipossucção abdominal ou das coxas, mas preferimos no abdômen porque há mais células-tronco", diz a médica. Uma máquina faz o processo de separação e purificação das células-tronco que serão implantadas.
"É uma intervenção muito simples e cômoda para a paciente", ressaltou Rosa Pérez Cano. Segundo ela, até agora o procedimento foi feito em cinco mulheres, com 48 anos de idade em média, que tinham superado previamente um câncer de mama sem gânglios e metástases. A técnica é aplicada nos casos em que a paciente perdeu apenas parte do seio durante a intervenção cirúrgica prévia, mas a médicase mostrou convencida de que mais adiante será possível "reconstruir completamente a mama com células próprias ou de outra pessoa, por meio de bancos de células".
quinta-feira, 1 de janeiro de 2009
Extrato de semente de uva pode matar células de câncer, diz estudo
Um estudo conduzido por pesquisadores americanos sugere que extrato de sementes de uva pode destruir células cancerígenas.
Os cientistas, da Universidade de Kentucky, realizaram experiências de laboratório e mostraram que, em 24 horas, 76% de células de leucemia expostas ao extrato foram mortas e as células saudáveis ficaram intactas.
A pesquisa abre caminho para novos tratamentos contra o câncer, mas os especialistas disseram que ainda é muito cedo para recomendar que as pessoas comam uvas como forma de evitar a doença.
As sementes de uva contêm alta concentração de antioxidantes, conhecidos por sua propriedades contra o câncer. Pesquisas anteriores já haviam mostrado que o extrato da semente da fruta pode ser eficaz no combate a células cancerígenas da pele, mama, intestino, pulmão, estômago e próstata.
Suicídio
No entanto, o estudo americano é inédito ao provar as ações do extrato contra a leucemia.
Na experiência, os cientistas expuseram as células doentes a altas doses do extrato, levando várias delas a "cometerem suicídio", em um processo conhecido como apoptose.
Os pesquisadores observaram que o extrato ativou a proteína JNK, que ajuda a regular o processo de auto-destruição celular. Ao exporem as células de leucemia a um agente que inibe a proteína JNK, o efeito do extrato da semente de uva foi interrompido.
O autor do estudo, Xianglin Shi, disse que os resultados podem levar à incorporação de novos agentes na prevenção ou tratamento da leucemia e de outros tipos de câncer.
"O que todos buscam é um agente que tenha um efeito nas células cancerígenas, mas que deixe as saudáveis intactas. E o extrato de semente de uva se encaixa nesta categoria", afirmou o pesquisador.
O estudo foi reproduzido na publicação especializada Clinical Câncer Research.
Fonte:http://oglobo.globo.com/vivermelhor/mat/2009/01/01/extrato-de-semente-de-uva-pode-matar-celulas-de-cancer-diz-estudo-587751657.asp