domingo, 4 de janeiro de 2009

Nova técnica para reconstruir a mama

Madri (EFE) - Médicos do Hospital Gregorio Marañón, em Madri, desenvolveram uma cirurgia inovadora em mulheres operadas por câncer de mama, que reconstrói o seio através da implantação de células-tronco adultas com gordura obtida de uma lipossucção realizada horas antes na própria paciente. A paciente é anestesiada antes da lipossucção abdominal, uma técnica "muito dolorosa", e "quando desperta pode ficar com sua família durante duas horas, que é o tempo necessário para extrair as células-tronco". "Nós, então, a sedamos novamente para a implantação da gordura, e meia hora depois, ela pode ir para sua casa", explica a médica Rosa Pérez Cano, chefe do serviço de cirurgia plástica e reparadora do hospital.

No total, o processo pode durar entre quatro e cinco horas e não produz nenhuma cicatriz nova, já que as células-tronco são implantadas por meio de uma pequena seringa. O processo, pioneiro na Espanha em tratamento celular aplicado à cirurgia plástica, faz parte de um teste clínico europeu, do qual participam40 pacientes de Reino Unido, Itália, Bélgica e Espanha, que já passaram por cinco intervenções.

O processo começa com uma lipossucção, durante a qual é feita a extração de células-tronco adultas que serão implantadas na paciente, com o objetivo de reconstruir a mama que sofreu uma cirurgia para a retirada do tumor e de gerar vasos sanguíneos novos que permitam irrigar a região afetada e fixar a gordura. "Costumamos fazer uma lipossucção abdominal ou das coxas, mas preferimos no abdômen porque há mais células-tronco", diz a médica. Uma máquina faz o processo de separação e purificação das células-tronco que serão implantadas.

"É uma intervenção muito simples e cômoda para a paciente", ressaltou Rosa Pérez Cano. Segundo ela, até agora o procedimento foi feito em cinco mulheres, com 48 anos de idade em média, que tinham superado previamente um câncer de mama sem gânglios e metástases. A técnica é aplicada nos casos em que a paciente perdeu apenas parte do seio durante a intervenção cirúrgica prévia, mas a médicase mostrou convencida de que mais adiante será possível "reconstruir completamente a mama com células próprias ou de outra pessoa, por meio de bancos de células". 

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