sábado, 10 de janeiro de 2009

Esperança contra o câncer de pâncreas

Uma boa notícia para pacientes com câncer de pâncreas em estágio avançado. Após dez anos de espera, enfim surgiu um novo medicamento que promete aumentar a sobrevida de quem sofre com a doença. Trata-se do cloridrato de erlotinibe, lançado no mercado com o nome de Tarceva. Dados do laboratório farmacêutico mostram que pacientes com tumor de pâncreas com metástase (que já se espalhou para outras regiões do corpo) conseguem um aumento de 23% na sobrevida quando a droga é usada em conjunto com a quimioterapia padrão. O mesmo paciente, se fizesse apenas a quimioterapia, teria sobrevida de seis meses, em média. A medicação recebeu aprovação da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) para uso em câncer de pâncreas metastático, em combinação com a quimioterapia, em novembro passado e já está sendo prescrita por médicos pernambucanos. 

O aumento no tempo de vida não é considerado alto pelos especialistas, mas pode trazer impactos positivos para muitos doentes, especialmente quando se sabe que esse é o 9º tipo de câncer que mais mata homens e 7º que mais causa a morte de mulheres no país. Em Pernambuco, 135 pessoas morreram no ano passado devido à doença. Tumores de pâncreas representam cerca de 2% de todos os tipos de câncer no Brasil - cerca de nove mil casos por ano. O ator americano Patrick Swayze é um dos famosos que faz tratamento contra a doença.

"Em oncologia, qualquer aumento, por pequeno que seja, é um ganho a mais", observa o mestre na área e oncologista clínico do Hospital do Câncer de Pernambuco, Glauber Leitão. Segundo ele, estudos mostraram que apenas 17% dos pacientes com câncer de pâncreas que não têm indicação de cirurgia alcançam sobrevida de um ano quando tratados apenas com a quimioterapia padrão. Quando se acrescentou o Tarceva a esse tratamento, 23% continuaram vivos em um ano. 

"Há muito tempo não tinhamos novidade em tumor de pâncreas, que é um câncer de difícil tratamento e alta mortalidade", afirma Glauber Leitão. Mas o oncologista do Hospital Sírio Libanês Rafael Schmerling faz ressalvas. Ele avalia que apesar de apresentar "pequeno" aumento no tempo de vida, a combinação do erlotinibe com quimioterapia não mostrou melhora significativa em relação à qualidade de vida e à redução da doença. "Isso não vai beneficiar toda a população de pacientes com câncer de pâncreas. Como ele (o medicamento) acrescenta efeito colateral, deveria ser usado em pacientes que têm condição clínica melhor", opinou o especialista, que citou o aumento da diarréia e aparecimento de alterações na pele (parecidas com acnes) como efeitos colaterais do Tarceva.

Arsenal - Segundo ele, a escolha do tratamento deve ser individualizada. "Ele (o erlotinibe) é mais uma arma. Uma alternativa no cenário de uma doença que tem poucas chances", afirmou. O médico Glauber Leitão explicou que nas fases iniciais do câncer, quando o tumor está restrito ao pâncreas, é possível fazer uma cirurgia. Nesse caso, em geral, toda a glândula é retirada. Mas, normalmente, adoença é diagnosticada de forma tardia e a maioria dos pacientes depende de tratamento medicamentoso. Atualmente, seis pacientes com câncer de pâncreas estão cadastrados na Secretaria Estadual de Saúde para receber Tarceva, mas só dois estão indo buscar a medicação.

4 comentários:

  1. como fazer pra saber se outras regioes podem dipor do tal tratamento, meu tio esta cokm cancer de pancreas..

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  2. gostaria de saber qual dos dois medicos recebem meis apoio em seus argumentos, e se o paciente tiver metastase seria uma boa arriscar esse remedio? monica borges

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  3. Esse tratamento já está disposto em sp? Minha mãe está em tratamento a um ano de tumor pâncreas.

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  4. Em Belém, onde posso conseguir esse tratamento ???

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