Especialistas mostram os avanços no tratamento do câncer do pulmão no XVI Congresso Brasileiro de Oncologia Clínica. Os novos medicamentos, baseados na terapia alvo, agem diretamente nas células cancerígenas e inibem o crescimento do tumor.
O tratamento do câncer de pulmão avançou no Brasil. O surgimento de novos medicamentos que agem diretamente no tumor cancerígeno tem animado os especialistas que participam do XVI Congresso Brasileiro de Oncologia Clínica. O evento, direcionado aos médicos que tratam o câncer, ocorre até sábado no Centro de Convenções.
``Assim, o tratamento deve ser multidisciplinar para aumentar as chances de cura``, ressalta Hoff. Ele prevê que em até cinco anos, as pesquisas mostrem um caminho para inibir o surgimento primário da célula cancerígena.
A terapia alvo adota medicamentos que agem diretamente no tumor e tem apresentado resultados surpreendentes. É o caso do cetuximabe, que tem se mostrado um importante aliado na redução do tumor e na progressão mais lenta da doença.
O medicamento pertence a uma nova classe de drogas anticâncer conhecida como anticorpos monoclonais e interrompe a divisão de células cancerígenas. Estudos mostraram que os pacientes com câncer de pulmão avançado que recebem o medicamento combinado com a quimioterapia tem até 13% menos chances de morrer do que os que recebem apenas quimioterapia. Há também 48% a mais de chances de o tumor regredir.
Hoff é o médico responsável pelo tratamento do vice-presidente José Alencar, que luta contra o sarcoma. O oncologista afirma que o tratamento dele contou com uma combinação de anticorpos monoclonais na terapia alvo. ``Ele vem tolerando muito bem ao tratamento. Podemos dizer que ele é um exemplo de sucesso``, diz.
Outra nova opção para o combate do câncer de pulmão é o bevacizumabe. O agente é um mecanismo inibidor do crescimento de vasos sanguíneos, que fornecem nutrientes e oxigênios ao tumor. O oncologista Artur Katz, do Hospital Sírio Libanês, explica que ao interferir o fornecimento de sangue para o tumor, evita-se o crescimento e a propagação do câncer pelo corpo, ou seja, a metástase.
A substância já era adotada no tratamento do câncer de colorretal no Brasil. A novidade é a liberação da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) para combater o câncer de pulmão avançado.
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