quarta-feira, 14 de outubro de 2009

Médicos discutem avanços para tratar câncer de pulmão

Especialistas mostram os avanços no tratamento do câncer do pulmão no XVI Congresso Brasileiro de Oncologia Clínica. Os novos medicamentos, baseados na terapia alvo, agem diretamente nas células cancerígenas e inibem o crescimento do tumor.

O tratamento do câncer de pulmão avançou no Brasil. O surgimento de novos medicamentos que agem diretamente no tumor cancerígeno tem animado os especialistas que participam do XVI Congresso Brasileiro de Oncologia Clínica. O evento, direcionado aos médicos que tratam o câncer, ocorre até sábado no Centro de Convenções.

``Assim, o tratamento deve ser multidisciplinar para aumentar as chances de cura``, ressalta Hoff. Ele prevê que em até cinco anos, as pesquisas mostrem um caminho para inibir o surgimento primário da célula cancerígena.

A terapia alvo adota medicamentos que agem diretamente no tumor e tem apresentado resultados surpreendentes. É o caso do cetuximabe, que tem se mostrado um importante aliado na redução do tumor e na progressão mais lenta da doença.

O medicamento pertence a uma nova classe de drogas anticâncer conhecida como anticorpos monoclonais e interrompe a divisão de células cancerígenas. Estudos mostraram que os pacientes com câncer de pulmão avançado que recebem o medicamento combinado com a quimioterapia tem até 13% menos chances de morrer do que os que recebem apenas quimioterapia. Há também 48% a mais de chances de o tumor regredir.

Hoff é o médico responsável pelo tratamento do vice-presidente José Alencar, que luta contra o sarcoma. O oncologista afirma que o tratamento dele contou com uma combinação de anticorpos monoclonais na terapia alvo. ``Ele vem tolerando muito bem ao tratamento. Podemos dizer que ele é um exemplo de sucesso``, diz.

Outra nova opção para o combate do câncer de pulmão é o bevacizumabe. O agente é um mecanismo inibidor do crescimento de vasos sanguíneos, que fornecem nutrientes e oxigênios ao tumor. O oncologista Artur Katz, do Hospital Sírio Libanês, explica que ao interferir o fornecimento de sangue para o tumor, evita-se o crescimento e a propagação do câncer pelo corpo, ou seja, a metástase.

A substância já era adotada no tratamento do câncer de colorretal no Brasil. A novidade é a liberação da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) para combater o câncer de pulmão avançado.

Nenhum comentário:

Postar um comentário