Cientistas canadenses anunciaram nesta quarta-feira ter estabelecido, pela primeira vez, o "genoma" de um tipo de tumor que responde por 10% dos casos de câncer de seio.
Utilizando uma nova técnica, mais rápida e menos onerosa, uma equipe da agência do câncer da Columbia Britânica sequenciou o genoma do tumor e identificou as mutações que permitem a propagação do câncer pelo organismo.
Os cientistas analisaram a evolução, durante nove anos, de um carcinoma metastático do seio, e identificaram 32 mutações. Em seguida, determinaram o número de anomalias presentes no tumor inicial.
"O resultado foi surpreendente: apenas cinco das 32 mutações estavam presentes em todas as células do tumor de origem, e foram identificadas como as responsáveis por deflagrar a doença", destacou a equipe canadense.
"Esta descoberta marca uma virada na compreensão das origens do câncer de mama e no desenvolvimento de tratamentos específicos para nossos pacientes", disse o Dr. Samuel Aparicio, que dirigiu o estudo, publicado na revista Nature.
"A quantidade de possibilidades que nos oferece para futuras pesquisas é considerável".
"Uma a cada nove mulheres desenvolve câncer de seio, doença que responde por 29% de todos os casos de câncer entre a população da Columbia Britânica", destacou o ministro da Saúde da província canadense, Kevin Falcon.
"Isto representa uma esperança para milhares de mulheres afetadas por esta terrível doença", disse Falcon.
O estudo é ainda mais significativo porque, "enquanto se gastou muitos anos e muito dinheiro para se desenhar o genoma humano", esta descoberta "exigiu apenas algumas semanas e teve um preço muito inferior", disse o doutor Marco Marra, diretor da Agência do Câncer de Columbia Britânica.
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