quarta-feira, 14 de outubro de 2009

Descoberta que pode ajudar a combater câncer leva Nobel de Medicina

Por Nicholas Vinocur

ESTOCOLMO (Reuters) - Três norte-americanos conquistaram o prêmio Nobel de Medicina nesta segunda-feira pela descoberta e identificação da telomerase, enzima que renova um revestimento na extremidade do cromossomo cujo desgaste natural pode levar ao envelhecimento ou ao câncer.

Elizabeth Blackburn, nascida na Austrália, Jack Szostak, nascido na Grã-Bretanha e Carol Greider ganharam o prêmio de 10 milhões de coroas suecas (1,42 milhão de dólares), afirmou o Instituto Karolinska, da Suécia.

"As descobertas... deram nova dimensão ao nosso entendimento da célula, jogou luz sobre os mecanismos de doenças e estimulou o desenvolvimento de potenciais novas terapias", disse o instituto.

A enzima tornou-se grande alvo dos trabalhos de pesquisa da indústria farmacêutica, particularmente para o combate ao câncer, pois acredita-se que ela desempenha um papel no crescimento descontrolado de tumores.

"Isso tem uma ampla implicação médica para o câncer, para alguma doenças hereditárias e para o envelhecimento", disse o instituto.

Greider, 48, afirmou que o reconhecimento destacou o valor das descobertas movidas por pura curiosidade.

"Não tínhamos idéia quando começamos que este trabalho seria envolvido com o câncer, mas havia simplesmente uma curiosidade de como os cromossomos se mantinham intactos", afirmou ela em comunicado.

"Nossa abordagem mostra que, ao mesmo tempo que você pode fazer uma pesquisa para responder uma pergunta específica, você também pode simplesmente seguir seu instinto."

Colega de Greider, Blackburn foi demitida em 2004 do Conselho de Bioética do então presidente dos EUA George W. Bush por suas críticas pela política do governo norte-americana para as pesquisas com células-tronco embrionárias.

Os três cientistas estavam entre os considerados prováveis vencedores, segundo previsão anual da Thomson Reuters.

Blackburn está na Universidade da Califórnia, em San Francisco, Greider na Escola de Medicina Johns Hopkins em Baltimore. Szostak na Escola de Medicina de Harvard desde 1979, atualmente no Hospital Geral de Massachusetts, em Boston.

(Reportagem adicional de Ben Hirschler, Mia Shanley e Doina Chiacu)

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