quarta-feira, 24 de dezembro de 2008

Novo tratamento para câncer de pâncreas é aprovado no Brasil

O câncer de pâncreas é um dos tumores gastrintestinais mais comuns e a quarta causa de mortes por câncer no mundo

Uma nova esperança para o tratamento do câncer de pâncreas, hoje a quarta causa de mortes por câncer no mundo, é aprovada no Brasil. O medicamento erlotinibe, conhecido comercialmente como Tarceva, recebeu da Anvisa – Agência Nacional de Vigilância Sanitária -, a aprovação para uso no tratamento de câncer de pâncreas metastático (avançado) em combinação com a quimioterapia.

Este é o primeiro tratamento em dez anos que mostrou aumentar a sobrevida quando adicionado à quimioterapia. O câncer de pâncreas é difícil de tratar, porque freqüentemente apresenta resistência à quimioterapia e a radioterapia, além de se espalhar rapidamente para outras partes do corpo (metástase), levando a uma curta expectativa de vida e conseqüentemente à morte.

No Brasil, segundo dados do Instituto Nacional do Câncer, INCA, o câncer de pâncreas representa 2% de todos os tipos, sendo responsável por mais de nove mil novos casos anualmente. Na Europa, por exemplo, 60 mil pessoas são diagnosticadas com esse tipo de problema a cada ano. Embora a incidência do câncer de pâncreas ainda seja considerada baixa, a mesma aumenta a cada ano com o avanço da idade dos indivíduos. E o fator que hoje mais preocupa os médicos é a alta taxa de mortalidade: essa é a quarta principal causa de todas as mortes por câncer.

“O câncer de pâncreas é considerado de difícil diagnóstico, sendo que até hoje não tínhamos conseguido avanços no tratamento. A aprovação no Brasil segue a linha de outros países e trará benefícios para milhares de pacientes”, afirma o oncologista do Hospital das Clínicas, dr. Artur Malzyner.

Tarceva é o primeiro e único tratamento inibidor do EGFR (uma proteína encontrada na superfície de muitas células tumorais) que, além de usado com sucesso no tratamento do câncer de pulmão, demonstra importantes resultados no tratamento do câncer de pâncreas.

O câncer de pâncreas

O câncer de pâncreas, geralmente, se desenvolve de forma imperceptível, sem causar sintomas, o que torna a detecção precoce difícil. Aproximadamente 80% dos pacientes começam a sentir fortes dores na parte superior do abdômen e no meio das costas. A causa ainda é desconhecida, porém, já se pode afirmar que o fumo está entre os fatores de risco mais consideráveis.

O pâncreas

O pâncreas é uma glândula que faz parte do sistema digestivo. Tem cerca de 20 a 25 cm de extensão no adulto e é responsável pela produção de enzimas (suco pancreático), que possibilitam a digestão dos alimentos, e hormônios, como a insulina, que é liberada na corrente sanguínea e age nas células do organismo regulando a quantidade de açúcar no sangue. É dividido em três partes: a cabeça, o corpo e a cauda. A maior parte dos casos de câncer de pâncreas localiza-se na região da cabeça do órgão.

Sobre Tarceva

Tarceva é um novo tratamento, denominado terapia-alvo de uso oral, já indicado para o tratamento de pacientes com câncer de pulmão no estado avançado, com benefício comprovado e significativo no aumento da sobrevida global e melhora dos sintomas relacionados ao câncer. Tarceva age diretamente nas células do tumor, diferente da quimioterapia, o que evita a maioria dos efeitos colaterais desta terapia.

Desde o lançamento inicial, há quatro anos, Tarceva foi usado para tratar mais de 200 mil pacientes e foi aprovado em 85 países em todo o mundo.

Fonte: http://www.segs.com.br/index.php?option=com_content&task=view&id=19358&Itemid=1

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