Considerada a segunda causa de mortalidade infanto-juvenil (de 1 a 19 anos) – perde só para àquelas relacionadas a acidentes e violência – o câncer de maior incidência é a leucemia.Responsável por 30% dos casos de câncer na infância, a leucemia afeta as células brancas do sangue e desenvolve-se na medula óssea. O seu pico de incidência é entre 2 e 5 anos de idade.
No Brasil, o segundo câncer que mais atinge as crianças é o linfoma, seguido do de sistema nervoso – ambos representam 16% dos casos. Já no páreo mundial, os tumores do sistema nervoso central figuram o segundo de maior acometimento.
– Talvez no Brasil o segundo câncer de maior incidência também seja o cerebral, mas o difícil diagnóstico pode mascarar isso – suspeita a oncologista pediatra Beatriz de Camargo do Hospital A. C. Camargo.
Também acometem as crianças o neuroblastoma (tumor de células do sistema nervoso periférico, geralmente localizado no abdome), tumor de Wilms (renal) e outros. Cerca de 85% dos cânceres têm origem genética. Quando a criança, por exemplo, recebe um gene bom da mãe e um defeituoso do pai – associado a fatores que alteram o DNA – ela fica mais suscetível a desenvolver um tumor maligno na primeira infância (de zero a 5 anos), explica o hematologista do Centro de Pesquisa do Instituto Nacional do Câncer (Inca), Maria do Socorro de Oliveira.
Existem também os fatores ambientais como uma infecção contraída pela mãe durante a gestação.
– Ingestão de bebida alcoólica, fumo, exposição a irradiação como raio-X durante a gravidez também são fatores de risco – explica Maria.
Segundo a hematologista, durante a gravidez as mulheres têm de evitar proximidade com álcool e gasolina, e devem tomar ácido fólico, pois quando há lesões no cromossomo a vitamina ajuda no mecanismo de reparo do DNA.
Diferentemente do câncer em adultos, as doenças malignas em crianças são mais facilmente combatidas por serem predominantemente de natureza embrionária.
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