A cirurgia robótica (feita com o auxílio de robôs) para a remoção dos tumores será realizada nesate sábado, às 10h20, por vídeo-conferência no Simpósio Internacional de Urologia, Radiologia e Anatomia Patológica promovido em comemoração aos 40 anos da disciplina de Urologia da Unicamp no Hotel Quality, em Itupeva (em frente ao Hoppi Hari), em São Paulo
A precisão dos diagnósticos pode permitir que os médicos optem pela vigilância ativa ou acompanhamento, adiando cerca de 30% das cirurgias de câncer de próstatas. De acordo com o Instituto Nacional do Câncer (INCA), 49.000 novos casos de câncer de próstata são diagnosticados por ano no Brasil. Aproximadamente 27% dos pacientes, necessitarão ser submetidos a tratamentos cirúrgicos, num total de 13 mil cirurgias realizadas por ano. No entanto, aproximadamente 3.900 cirurgias podem ser evitadas graças aos diagnósticos mais precisos e confiáveis que permitem, nos casos em que o tumor é descoberto em fase precoce, a adoção do procedimento chamado de vigilância ativa, já que a evolução dessa doença é, geralmente, lenta e permite a realização de um tratamento visando à cura do doente.
Dependendo do paciente e do grau de evolução da doença o urologista pode, inclusive, decidir pela não realização da cirurgia. De acordo com o médico urologista Osamu Ikari, da comissão organizadora do Simpósio, "podemos, por exemplo, realizar uma braquiterapia, que consiste na introdução de sementes de iodo radioativo na próstata para matar as células cancerosas de maneira bem localizada ou optar por uma radioterapia externa tradicional. Com esses tratamentos é possível afirmar que um tumor diagnosticado precocemente estará completamente controlado", afirma.
O câncer de próstata, o segundo mais comum nos homens e classificado em terceiro lugar entre as causas de morte mais freqüentes na população masculina, será um dos temas tratados no sábado, dia 08, durante o Simpósio Internacional de Urologia, Radiologia e Anatomia Patológica, nos dias 7 e 8 de novembro, no Hotel Quality, em Itupeva (SP). Um dos maiores expoentes na área de anato-patologia no Brasil, Athanase Bílis, orientará os urologistas quanto à análise da biopsia para a confirmação do diagnóstico e para a melhor interpretação de seu resultado, visando a decisão entre o acompanhamento da doença por alguns anos ou a realização da cirurgia imediata.
"Também teremos especialistas em radiologia nos orientando sobre a avaliação da extensão da doença por meio de imagem, antes da decisão pela cirurgia de um paciente", explica o coordenador do Simpósio, o médico urologista Carlos Arturo Levi D'Ancona.
O Simpósio é promovido pela Disciplina de Urologia e pelo Departamento de Anatomia Patológica da Unicamp em conjunto com o Centro de Estudos do Centro Radiológico Campinas.
Videoconferência mostrará cirurgias feitas por robôs
A cirurgia robótica (feita com o auxílio de robôs) para a retirada de tumores na próstata é a grande novidade da urologia que está começando a ser utilizada no Brasil. Para a apresentação dessa nova tecnologia aos participantes do Simpósio, será realizada no sábado, dia 08 de novembro, das 10h20 às 10h50, uma videoconferência com a participação dos conferencistas internacionais Vipul Patel (diretor do Robotic and Minimally Invasive Urologic Surgery do Institute Florida University) e Kenneth Palmer, (coordenador do Robotic do Institute Florida University).
Os especialistas demonstrarão, ao vivo, como, a partir de uma estação de trabalho, o médico manipula o robô que "realiza" a cirurgia para a retirada de um tumor na próstata e explicarão as suas vantagens sobre os métodos tradicionais: são necessárias apenas pequenas incisões para a introdução do aparelho (o que permite a recuperação mais rápida do paciente) o tempo de internação é reduzido, a sonda é usada por um período mais curto e diminui a incidência de aderências. No Brasil, as cirurgias robóticas são realizadas em hospitais de São Paulo.
Atualmente os tratamentos cirúrgicos convencionais indicados para as cirurgias de câncer na próstata são a prostatectomia radical (retirada da próstata), feita por videolaparoscopia, e a cirurgia aberta, método tradicional, necessário em alguns casos.
Números da doença e a necessidade da prevenção
Segundo dados do INCA, curiosamente, o número de casos de câncer de próstata varia geograficamente. Na cidade de São Paulo são diagnosticados 22 novos casos por 100.000 habitantes a cada ano. Em Shangai (China), por exemplo, a incidência de novos casos por ano é de 0,8% por 100.000 habitantes e, em algumas cidades dos Estados Unidos, como Atlanta, a doença tem uma incidência 120 vezes maior.
Os exames de toque e de PSA (Antígeno Específico da Próstata, exame feito pelo sangue), que devem ser realizados anualmente após os 45 anos de idade, são os únicos meios de se fazer um diagnóstico precoce do câncer de próstata, permitindo, na maioria dos casos, a cura completa da doença.
O médico urologista Osamu Ikari, afirma que "o ponto mais importante na luta contra o câncer de próstata é a conscientização dos homens sobre a necessidade da realização dos exames regularmente, mesmo aqueles que não se sintam doentes, pois, em alguns casos, quando o paciente sente os primeiros sintomas o câncer já evoluiu muito".
Embora o número de homens que procura espontaneamente o consultório médico para a realização desses exames tenha aumentado consideravelmente nos últimos anos e permitido a redução do número de mortes pela doença, ainda não se atingiu o ideal. Um grande percentual deles ainda submete-se à consulta graças à insistência de suas esposas.
Outro fator importante na prevenção do câncer de próstata é a dieta. Está comprovado que as dietas ricas em gordura e pobres em fibras levam o indivíduo a ter uma maior probabilidade de desenvolver a doença. "Nos Estados Unidos, por exemplo, onde a população consome gordura em exagero, de cada seis homens um tem câncer de próstata," informa o médico.
"A redução do número de casos depende especialmente do diagnostico precoce. Quanto mais falarmos no assunto e mostrarmos os casos de mortes causadas pelo câncer prostático, para incentivar os homens a procurarem um urologista, mais eles se conscientizarão de que precisam cuidar da saúde, diminuindo o preconceito contra o exame de toque", insiste o especialista.
O urologista Osamu Ikari lembra que há 30 anos, quando ainda fazia residência médica, a maioria dos pacientes que chegava ao hospital com câncer de próstata já apresentava metástase (ramificação da doença para outros órgãos) e não havia mais nada a fazer. "Hoje, embora seja raro um paciente deixar que a doença evolua tanto, muitos ainda demoram a procurar um médico", lamenta.
Fonte: http://www.segs.com.br/index.php?option=com_content&task=view&id=16698&Itemid=157
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